domingo, 27 de dezembro de 2009

Colheita de Café

NA FAZENDA SÃO JOSÉ, EM BARIRI
Lysette Bollini

Nasci em Bariri ( São Paulo), terra boa e abençoada;
De gente boa, trabalhadeira e honesta.
Nascer e viver em Bariri, era uma festa.
Nasci numa fazenda grande e lavourada;
Com pomares, cavalos, jardins, animais,
Cafezal, boiada, mata, um rio bonito,
Que fazia o moinho funcionar.
Como era bonita e assustadora.
Aquela roda gigante,
Rodando as pás pela água cantante!
Era ela que gerava energia elétrica, para a fazenda
Como era legal ouvir músicas pelo rádio!
Uma figueira enorme e alta,
Onde a boiada, na sua sombra imensa descansava.
Que bonita a casa grande da fazenda!
Que bonito o terreiro, a tulha,
Que linda era a capela!
Todos os sábados havia reza.
Era bonito ver,
Quando a saia do cafeeiro se abria,
E as flores brancas pequeninas floriam!
E colonos e patrões, juntos rezavam,
Para que Deus, o tempo ajudasse;
Que a plantação crescesse e frutificasse.
E logo, o café, primeiro verdinho,
Aos poucos vai ficando coradinho.
E com o tempo: chuva e sol,
E de todos nós, carinho,
Ele ficava redondinho,
Pretinho, pretinho.
Quando estava no ponto,
A colheita começava...
E, os colonos, a terra limpando...
Por mais que o suor suasse,
O café, iam colhendo contentes.
E, rapidamente,
Numa malabarice incrível,
Com peneiras grandes peneirando,
Para o alto e para baixo,
O pó e os galhinhos iam separando.
E o café colhido, no cafezal, ficava esperando.
Não ficava muito tempo, porque
Carretas por mãos habilidosas guiadas,
O café, fruto precioso da terra,
Era levado para o imenso terreiro
E, no terreiro da fazenda ficava.
Lá, com que carinho era cuidado!
Eram montes, montes enormes,
Que mais pareciam serras;
Verdadeiras serras cafeeiras.
À noite, cobertos pela lona dura e forte,
Protegidos do orvalho, da chuva, do vento,
No terreiro tijolado e cimentado, ficava.
Mas, quando o arrebol chegava,
O sol aparecia numa festa de arromba.
O céu ficava vermelho erizado,
E, aos poucos o céu ficava azul anilado.
O galo cantava numa porteira;
Gritava tanto que parecia,
Que a sua garganta estourava.
E o tio Querubim, irmão do meu pai,
Apanhava o berrante grande e bonito
Pendurado num gancho da parede.
Ele saia na varanda alta da casa grande,
E o berrante, com sopro firme, soava
E os colonos, partiam para a colheita do café.
E lá , cobriam o chão com lona,
E começavam colher o café com muito cuidado.
Após a colheita, eles ficavam.
Felizes e agradecidos ,
À Deus louvavam.
Depois, na colônia, onde haviam muitas casas,
Eles escolhiam o melhor local
Para a festa ser preparada.
Na frente de duas ou tres casas,
O terreno era preparado.
E ele ficava limpinho, e a gente via,
Que um lindo salão de festa parecia1
Armava-se então, um lindo palizado,
Com flores e frutas , decorado.
No meio de tanto doce e salgado,
Do anizete que o meu pai Pedro preparava
E, de outras bebidas deliciosas,
A festança era bem organizada.
Era um festança inesquecível!
O povo dançava e saboreava os quitutes, sorrindo.
Nesse ambiente de tanta comfraternização
De tanto respeito e amor!
Os colonos falavam:
- Deus é bão!
Deus ajuda quem trabaia.
Agora bamo se alegrá.,
O sanfoneiro vai começa a tocá.
Num banco colocado num lugar alto,
Sentado, o sanfoneiro só tocava o que sabia tocar.
Era: nhec...nhec...nhec...
Sem parar.
E nesse rítmo constante, invariável,
O povo feliz, falava e dançava.
Alguns cansados, até dormiam na grama.
E a festa , tão festa,
Só terminava quando o dia raiava.

Depois da festa tão linda!
Sabe o que acontecia?
Cada um na sua casa,
Comentava com muita alegria,
Os acontecimentos e falavam:
-Agora, para a festa ficar completa,
É brindar o sucesso e com muita fé,
Beber o saboroso e delicioso café.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Maria

MARIA MÃE DE JESUS
Lysette Bollini

Assim que Maria recebeu do Anjo São Gabriel,
A beleza da Anunciação que seria a mãe de Jesus,
Com humildade, respeito e amor, aceitou-a dizendo:
“- Senhor! Faça em mim a Vossa Vontade.”
E, Maria Nossa Senhora e Mãe Santíssima,
A mãe amada, é coroada pela Santíssima Trindade,
Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo,
Como rainha e mãe de todos do céu e da terra,
E protetora contra todo o mal e maldade dos maus.
E Jesus nasceu... nasceu num estábulo pobre,
Mas, dos pastores e dos animais era adorado.
Do céu, ouvia-se o cântico celestial dos anjos, adorando-O.
Uma estrela guia, indicou o caminho para os três reis magos,
Que vieram do oriente para adorá-lo.
Trouxeram como presentes, ouro, incenso e mirra.
“Lembrai-vos ó puríssima Virgem Maria,
Que nunca se ouviu dizer que algum daqueles,
Que tem recorrido a Vós proteção
E reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado.
Animado eu, com igual confiança, entre todas singular
Como a Mãe recorro, de Vós me valho”
Peço-Vos, Mãe Santíssima socorro e proteção
Contra todo o mal que há neste mundo:
Livra-nos de seqüestros, de acidentes, de traições,
Da inveja, da insegurança, de falsos amigos,
De inimigos, da injustiça dos homens, da calúnia traiçoeira,
Porque dela, por mais que limpe, sempre fica alguma coisa,
Do medo, da depressão, da imprudência, do insensato
E de muitas outras coisas frutos do mal.
Ajude-nos, Mãe Santíssima e nossa protetora,
Que sejamos dignos de vossa ajuda, da Vossa proteção,
No respeito aos nossos semelhantes,
Que tenhamos a sabedoria que é a fonte da vida,
Que o preconceito seja expulso do nosso existir,
Porque ele é fruto maligno do sofrimento.
Peço-Vos, Mãe amada de todos nós ,
Que o amor incondicional povoe a nossa vida
E que, no amor recíproco entre o céu e a terra
Possamos ter a alegria dos justos,
E, num canto de ação de graças,
Nos Vós amamos e lhe entregamos
Nossa vida e nosso coração.
Amém.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

DR BUZAID: VOCÊ É BOM, VOCÊ É BOM, VOCÊ É BOM!!!

Nesta vida tão bela,existe o momento certo; a hora certa e a alegria de sentir e ver o acontecer das coisas maravilhosas que a gente acredita e neste crer, esta a fórmula mágica de vibrar e agradecer.


Antonio Carlos Buzaid , quando adentrei no seu consultório, no Hospital Sírio Libanês, senti uma energia iluminada de que a cura que eu precisava estava a caminho do acontecer.

Todos os exames solicitados foram feitos e realizados com respeito, conhecimento, capacidade, através de aparelhos especiais e trabalhados com funcionários com profundos conhecedores da mais alta e sábia tecnologia.

O Dr Buzaid, ilustre médico super capacitado, com seu modo calmo, eficiente e dono de uma sabedoria em todos os sentidos falou:

-D. Lysette, os exames feitos, detectaram um nódulo no seu seio no lado direito, mas fica tranquila que faremos um tratamento especial e que lhe dará alegria da sua cura.

Fiquei comovida e agradeci ao bom Deus a oportunidade do problema que eu considerava muito sério e levar-me a não vê-lo como um bandido.

E o Dr Buzaid, com seu jeito tão simples, mas de profundo conhecedor de resolver a situação, sorrindo, disse-me:

Vamos derrotar este bandido que tristeza trouxe a sua vida.
E, de fato, isso aconteceu
Lembro-me de uma quadrinha muito a propósito da vida:

Tudo bem para viver a vida.
Tudo bem para lutar e vencer.
Tudo bem na alegria ou na tristeza.
A vida não joga para perder.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Presépio

O PRESÉPIO
Lysette Bollini

Há muitos anos passados,
Com belos hinos entoados,
Numa pequena estrebaria,
O menino Jesus nascia.

E os pastores foram chegando,
Com amor vão contemplando,
Muita alegria vão sentindo,
Vendo a criança que está sorrindo.

Lá no alto uma estrela brilha.
Com sua luz indica a trilha.
Como é grande! Como é bonita!
Ninguém se perde, é bendita.

De longe, os três reis magos,
Ao menino Jesus com afagos,
Ouro, mirra, incenso trazem,
As suas oferendas fazem.

E, os pássaros em revoada,
Em alegre chilreada,
Cantam, bailam, que alegria!
Ao menino Jesus que dormia.

Ficam todos extasiados.
Olham com amor, calados,
No silêncio mudo e quieto,
O menino que dorme no presépio.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

SILÊNCIO É O ESCONDERIJO

SILÊNCIO É O ESCONDERIJO
Lysette Bollini


Psiu! Ouça o silêncio.
Por mais alto e forte, não fale.
Num elogio em doce altivez,
Ele se impõe com altivez.

E o silêncio é fortaleza
Que abala a natureza.
Que, às vezes, é cativeiro
E inseparável companheiro.

Ouvir o silêncio extravasa,
O pensamento que dá asa,
A horizontes tão distantes,
Ora opacos, ora brilhantes.

E o silêncio impenetrável,
Possui uma mudez notável,
Por mais que doa, não mude.
Ouvir o silêncio é uma virtude.

E, no meu sofrimento sofrido,
Neste silêncio tão dolorido,
Que grita sentimentos meus,
O que me salva é pensar em Deus

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Adaptação - Lenda do Gaucho

LENDA DO GAUCHO
ADAPTAÇÃO - Lysette Bollini

No século dezoito,
Atravessa as campinas verdejantes,
Uma partida de homens viajantes,
Que buscam índios inocentes,
Para uma escravidão execrante.
Precisam de braços para a lavoura.
Mas, os índios alertas,
Colocam sentinelas Minuanas,
No pampas...
E os sentinelas Minuano, Vendo os brancos se aproximando,
Nos seus cavalos fogosos,
Municiados e muito bem armados,Preparam-se parao ataque,
Numa estratégia genial.
Oculto,
Ao longo do dorso dos cavalos,
Esperam a chegada do inimigo..
Ficam imobilizados,
Para não serem descobertos.
E a guerra começa no momento certo.
E, nessa troca de tiros e flechadas,
Cai por terra, um moço ferido.
Uma linda jovem minuana,
Fica por ele , apaixonada.
E, ele sabe que será sacrificado.
Mas, a índia o consola.
Dizendo que ficará ao seu lado.
Enquanto espera que a ferida cure,
O jovem aprisionado,
Improvisa um rústico instrumento.
È uma viola que fica ao seu contento.
Enquanto na viola ele trabalhava,
A índia, ao seu lado,
Melodias doces e suaves entoavam.
Chega o dia do sacrifício;
E, o prisioneiro, num tronco é levado.
E lá, é fortemente amarrado.
E os índios bebendo
De mão-em-mão, na cuia, o vinho,
Com mel eiratim fabricado.
Um silêncio de morte cala o acampamento.
O chefe minuano se aproxima,
E, dirigindo-se ao condenado,
Concede-lhe um último pedido.
O prisioneiro com tal gesto é surpreendido.
Sabedor da emoções tão puras,
Da influência da música
Naquelas criaturas tão puras,
O moço toca e canta na viola,
Uma balada da sua terra.
Aos primeiros acordes sonoros,
Aquelas fisionomias rudes, furiosas,
Transforma-se como por encanto,
Com aquele moço que canta tão triste,
Em expressões de amor, maravilhosas,
Com a doce e triste cantiga,
O sacrifício é revogado.
Índia minuano e moço, enamorados,
De uma bela e amorosa união,
Nasce o Gaucho: Che!
Extraordinário!


BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL
Seleção e Introdução de Barbosa Lessa
LIVRARIA E EDITORA LETERART- São Paulo- Brasil

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Da calúnia, sempre alguma coisa fica.

CALÚNIA OU DIFAMAÇÃO
Calomniez, il en rest toujurs queique chose
Tradução: Da calúnia, sempre alguma coisa fica.´
ESTUDO DE lYSETTE BOLLINI

A calúnia, como todo o mal, prejudica, machuca e cria problemas que dificilmente poderão ser solucionados, porque, depois dela detonada, ninguém segura a multiplicação ao infinito as suas consequências.funestas, irreparáveis, dolorosas e injustas.
A calúnia é uma imputação falsa, ofensiva da reputação e interfere maldosamente no crédito moral, financeiro, social das pessoas, afetando de modo indiscutível a sua integridade material e psicológica.
O caluniador tem a arma mais possante, destruidora que é a palavra conscientemente falsa.
O caluniador é um elemento amoral, porque é desprovido dos princípios da moral e serve-se dela, como um malfeitor porque comete um crime hediondo que provoca repulsão, inspira repugnância; é disforme e acoberta-se o dissimulador oculto, com esperteza, na sua estudada
falsidade.
Depois de detonada como uma bomba, a calúnia é incontrolável, e como a rapidez de um raio, alcança como um flagelo, numa monstruosa demonstração de maldade, os sentimentos mais dignos e puros dos atingidos.
Por analogia, vamos comparar uma fronha cheia de penas com a calunia. Dificilmente, o caluniador poderá voltar atrás do que falou, porque as penas da calunia, são jogadas do alto da montanha e ficam espalhadas por todos os lados e ninguém, jamais poderá recolhê-las.
O estrago moral para quem foi atacado, não tem reversão, porque da calúnia, sempre fica alguma coisa, porque a calúnia é traiçoeira, irresponsável e demoníaca: é o mal caracterizado.
O atingido pela calúnia, jamais poderá livrar-se dessa mancha desleal e sofrida, porque foi marcado pela tatuagem profunda , machucada pela eterna e maldosa insensibilidade do caluniador.
Calúnia, difamação, causam muito sofrimento.
Foi o que aconteceu com Rui Barbosa;
:" A campanha de difamação contra Rui Barbosa, pelos seus desafetos e adversários, aos quais se juntaram os monarquistas desesperados, já saia do terreno administrativo para lhe macular a honra pessoal. A calúnia torpe surgia nas esquinas, passava de ouvido a ouvido, de boca em boca, aumentava, assumia proporções assustadoras. E chegou até nós! Chegou até nós através de tantos anos! Não será ela, entretanto a destruidora do nome de Rui, porque os valores morais de um povo não se abatem sob as armas traiçoeiras dos mentirosos. Os valores morais de um povo- e Rui é o maior valor moral do Brasil- hão de viver, hão de subsistir, hão de pairar bem
alto, deixando que o oceano furioso das paixões se debata, cá embaixo, na inutilidade da própria impotência. Os valores morais de um povo são a alma desse povo; são o seu espírito, são as suas energias que se renovam, se ampliam, se dilatam pelo infinito dos tempos.
E Rui viverá nesse infinito."

Lembre-se:
Não faça mal aos outros, o que para ti não queres..
Não faça mal, cuide da língua, não cometa injúria.
Seja bom, faça o bem; não cometa infâmia.
A calúnia é falsa, covarde e atitude espúria.

Bibliografia: A VIDA DE RUI BARBOSA- Pg 29
AMノRICO PALHA
ENCICLOPノDIA HISTモRICAú

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Rui Barbosa

ATENTADO CRIMINOSO CONTRA RUI BARBOSA
Transcrevo alguns trechos considerados elucidativos para maior compreensão dos fatos que se relacionaram com a tentativa de morte ao brasileiro Rui Barbosa
" Com a renúncia do Marechal Deodoro ao governo do país, em conseqüência do golpe de Estado que dissolveu o Congresso a 3 de novembro de 1891, o Marechal Floriano Peixoto, dentro da Constituição, assume o poder. Mas a Constituição não lhe permitia nele permanecer até o fim do quadriênio. Seria a violação da lei fundamental logo nos primórdios da República. A história já se encarregou de mostrar os resultados da usurpação florianista. Ela salvou o regime.
O próprio Sr. Batista Pereira, genro de Rui Barbosa, declara: " Vindo da ilegalidade, Floriano realizou o paradoxo de consolidar a legalidade". Tornou o Poder Executivo respeitado.
O seu governo equivalia a um plebiscito entre a República e a Monarquia. A nação fechando os olhos às reais lacunas como estadista e prestigiando-o, pronunciava-se, duma vez por todas, pelas novas instituições.
Rui, apóstolo da lei, jamais poderia aplaudir e concordar com a ilegalidade constitucional.
e , por esse motivo renuncia em 1892 o seu mandato de Senador pela Bahia. Teve o apoio de treze generais de mar e terra, que em Manifesto ao povo brasileiro protestam contra o ato de Floriano e o intimam a mandar proceder a novas eleições.
Para os generais e os outros presos, militares e civis, Rui Barbosa requer ao Supremo Tribunal uma ordem de " hábeas-corpus", datada de 18 de abril de1892.
" Floriano responde-lhes cassando-lhes as patentes e desterrando-os para as regiões norte.
Em julho de 1893, dá-se o incidente do vapor Júpiter, nas águas de Santa Catarina.
Transcrevo a afirmação de Rui Barbosa: " Aprisionado o Júpiter, instrumento da temerária empresa do almirante Wandenkok , a repressão, para fazer-se legalmente, devia processar imediatamente os acusados, entregando-os à justiça comum. Entretanto, não se procedeu assim,- Prenderam -se indistintamente todos os indivíduos encontrados a bordo daquele navio, alheios, em sua maior parte, ao movimento, passageiros, tripulantes, estrangeiros muitos deles, ao serviço do navio mercante tomado por assalto, e tratou-se de submetê-los por tempo indefinido, incomunicáveis, nos calabouços das fortalezas. Fiz-me advogado desses homens, porque foi sempre costume invariável meu, ser do partido das vítimas, e, porque estas, neste caso, representavam a lei, agravada pelo mais flagrante das violências jamais cometidas em minha terra,
contra a liberdade individual."
Rui, requereu ao Supremo tribunal " hábeas- corpus" em favor de 48 daqueles presos, mas o tribunal negou-lhe esse "hábeas-corpus", como já havia negado o de 27 de abril de 1892
Rui afirma :" A Constituição de 91, não dá ao Executivo poderes para punir.
Rui, estranho à combinação do movimento de 6 de setembro de 1893, quando irrompe a revolta da armada, é obrigado a retirar-se do país, para evitar os golpes do ódio político iminente sobre a sua cabeça.; asilou-se no Rio da Prata, em Buenos Aires." Vítima da minha boa fé, acreditando ainda que os poderes públicos neste país quisessem sinceramente conhecer a verdade então saciar ódios pessoais, pensei que podia buscar, no seio do Estado que me elegera, que me dera uma cadeira nesta casa, um descanso e a segurança a que a minha inocência tinha direito. Vítima da minha boa-fé, da ingenuidade de supor que, uma vez provada a minha inocência, nenhum interesse mais podia ter o governo em flagelar-me, cheguei ao porto do Rio de Janeiro e aqui, na mesma tarde da minha chegada, comunicou-me o comandante do vapor Madalena que o Marechal Floriano Peixoto expedira uma ordem positiva para a minha prisão,e acrescentou que o pensamento do governo era arrancar-me do paquete inglês; com ordens expressas de matar-me.
O comandante do vapor Madalena disse-me " Este atentado não se consumará" e mostrou-me então um escrito do comandante do encouraçado inglês "Siriús", no qual se lhe dizia que lhe ficava vedado entregar às autoridades civis ou militares brasileiras qualquer passageiro de bordo do vapor " Madalena"
De volta, " na imprensa escrevi a favor do movimento feito contra o homem de menos patriotismo, contra o homem desumano que me tinha feito sofrer e sair do meu país, sem julgamento, sem processo, nem forma nenhuma garantidora de meus direitos..
A minha atitude foi sempre a de defender os perseguidos e de estar com aqueles ao lado de quem se acha a lei e contra aqueles que querem governar o país pela violência."
Bibliografia: A VIDA DE RUI BARBOSA- Pgs 31- 45-46-47-48
AMÉRICO PALHA
ENCICLOPÉDIA HISTÓRICA
DISTRIBUIDORA RECORD- Rio de Janeiro - São Paulo
RUI BARBOSA- ENSAIO BIOGRÁFICO- Pg.41- 42-43
FERNANDO NERY- CASA DE RUI BARBOSA-- 1955

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Rui Barbosa

RUI, O CONSTRUTOR DE REPÚBLICA

O Ilmo. Sr. Prof. Roberto Pinto de Souza, Professor de ECONOMIA POLÍTICA, por ocasião do encerramento da " Assembléia", Rui Barbos, assim se expressa;:
Trancrevo:
(* ) "E uma honra e um prazer assumir esta tribuna, neste momento por discursar sobre Rui Barbosa; a maior cerebração brasileira; honra ao ascender à cátedra que já ocupei, lecionando Economia Política.
Haverá em toda a obra desse " Homem de Estado" capítulo mais contravertido, mais atacado, mais caluniado e que, mesmo entre os seus caluniadores tenha levantado tantas resistrições ?
Será verdade que a atuação de Rui no Ministério da Fazenda, tenha sido prejudicial, como a crítica maldizente que seus adversários pretendem fazer crer?
Serenadas as paixões polítcas, a análise fria dos fatos daquela fase de transição veio demonstrar a inanidade" ( Fig. vaidade, inutilidade)" dos semeadores de ódio, que procuraram no aceso da luta, destruir a figura ciclópica ( de gigantes mitológicos) do imortal brasileiro.
No momento, então, de bruscas mutações, com soem ser as fases revolucionárias, elas aumentam de complexidade, tudo arrastando na sua voragem.
Foi num desses períodos de transição em que o equilíbrio social é bruscamente interrompido pela queda das amarras, que Rui assumiu a Pasta da Finanças.
As consequências desorientadoras da abolição da escravatura, ainda aturdiam a Nação conturbada pelos efeitos econômicos da transformação da sua estrutura política pela queda da monarquia. Dessa forma, somava-se o desiquilíbrio econômico proveniente do ato da princesa Isabel a perplexidade da Proclamação da República.
O mundo, que se abria aos olhos atônitos dos republicanos, era novo e se achava desgovenado.
A tarefa do novel governo, às pressas constituído, era imensa.
Rui Barbosa, por decorrência natural e da sua portentosa inteligência e cultura torna-se o centro de onde emanavam todas as reformas construtivas e para onde convergiam a crítica dos despeitados e dos derrotados. Dessa forma, não se limitou a ser o administrador do Tesouro Público; foi o verdadeiro construtor da República. "
Mas os inimigos da república, para destruí-la, tinham que inutilizar o homem que a fizera.
Porém, esse, em todos os campos que atuara, deixou a marca indelével do seu talento, com a perfeição da obra executada..
A avalanche dos distúrbios já havia avolumado demais para ser detido.
E foram tão longe, nos seus ataques que , malévolamente, circunscreveram os distúrbios econômicamente conhecidos sob o nome de encilhamentoaos anos de 1889 e 1891."
** As emissões não nasceram na gestão de Rui na pasta da Fazenda. O "déficit" veio da monarquia, tempo em que já se gastava mais do que aquilo fixado aos orçamentos..
Não foi, portanto, Rui quem estimulou a " inflação" e criou as facilidads do crédito.
Rui procedeu com o maior cuidado. Só emitiu as somas necessárias ao amparo dos bancos. E, como bem observou Roberto Pinto de Sousa , a emissão para cobrir déficits orçamentários é a mais daninha de todas , porque produz a inflação.
"Amparar bancos, através de emissão, desde que eles não tenham invertido as suas caixas em especulações indevidas ou em negócios escusos, não gera inflação, pois o novo dinheiro que entra em movimento comercial torna-se econômico por incentivar a produção.
Rui Barbosa, nas suas idéias econômicas, totalmente protecionistas, foi um auténtico renovador, quando ao fundar o Banco de Crédito Popular, elaborou o Programa de Pequenos Emprésrimos, a juros módicos, para dar assistência aos trabalhadores brasileiros, preocupando-se com a construção de habitações populares, além de promover no Brasil e no Extrangeiro, propaganda gratuíta a favor da " Imigração e da Colonização". Com que euforia e maldade , os seus inimigos o atacarm impiedosamente, caluniando-o, para que fosse humilhado, desprezado e criticado pela emissão a que recorreu para pagar os salários aos escravos libertos."
Rui Barbosa afirmava: " Que viessem os capitais estrangeiros, mas, não para estrangular a nossa economia; especular sobre as nossas riquezas. viessem, mas em função social, fecundante, civilizadora.
Pouco antes de ruir a monarquia, o ministro da fazenda, João Alfredo, de cuja gestão é a lei que autoriza a emissão de bilhetes ao portador, esclarecia que apesar das grandes despesas autorizada, em benefício da colonização, estradas de ferro e outros serviços, terá, como se calcula um defícit, que poderá desaparecer ou ser consideravelmente reduzido com as obras, que se realizarem e com o saldo que deve passar ao exercício anterior..
O déficit, essa enfermidade crônica a que se referia Rui Barbosa, não deixara ainda o combalido organismo nacional, nos últimos dias do Imperio, por isso que o Visconde de Ouro Preto incluia entre as providências mais urgentes do seu programa o " equilíbrio da receita com a despesa, pelo menos, a ordinária." E fôra justamente esse ministro quem se viu obrigado a recorrer aos remédios da emissão, a fim de socorrer, com as facilidades de crédito, a lavoura, a estiolar-se
( debilitar-se) depauperada..
Não foi, portanto, Rui quem estimulou e criou as facilidades de crédito. Tudo veio de muito longe. Se o administrador republicano fixara a emissão em 45O mil contos, a lei imperial de 24 de janeiro avaliara a emissão em 6OO mil.
Num ensaio admirável de síntese e clareza. Deolindo Amorim, interpreta, com rara acuidade mental, pontos de vista de Calógeras, de Pires do Rio, de Joaquim Murtinho, de Amaro Cavalcante, que redundam todo deles em favor da benéfica administração de Rui, na Pasta da Fazenda."
Rui Barbosa , reagiu, lutou comas armas do saber e afirmava com a nobreza que lhe era própria:
" Mas o patriotismo praticamente, consiste,sobretudo no trabalho."
Podemos resumir assim a vida de Rui Barbosa: Viveu com a Pátria, viveu pela Pátria e viveu para a Pátria.


Bibliografia; ( *) CASA DE RUI BARBOSA, " RUI O FINANCISTA " - pgs. 7-8-9-
Roberto Pinto de Sousa, 1949
** UM PIOLHO NA ASA DA ÁGUIA- Pgs. 121- 122-
Salomão Jorge
Deolindo Amorim " RUI E A QUESTÃO FINANCEIRA. DIGESTO
ECONÔMICO, Pg. 59 e 97, outubro de 1949, Ano V.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12 de outubro 2009 - Dia de Nossa Senhora Aparecida

MARIA MÃE DE JESUS
Lysette Bollini

Assim que Maria recebeu do Anjo São Gabriel,
A beleza da Anunciação que seria a mãe de Jesus,
Com humildade, respeito e amor, aceitou-a dizendo:
“- Senhor! Faça em mim a Vossa Vontade.”
E, Maria Nossa Senhora e Mãe Santíssima,
A mãe amada, é coroada pela Santíssima Trindade,
Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo,
Como rainha e mãe de todos do céu e da terra,
E protetora contra todo o mal e maldade dos maus.
E Jesus nasceu... nasceu num estábulo pobre,
Mas, dos pastores e dos animais era adorado.
Do céu, ouvia-se o cântico celestial dos anjos, adorando-O.
Uma estrela guia, indicou o caminho para os três reis magos,
Que vieram do oriente para adorá-lo.
Trouxeram como presentes, ouro, incenso e mirra.
“Lembrai-vos ó puríssima Virgem Maria,
Que nunca se ouviu dizer que algum daqueles,
Que tem recorrido a Vós proteção
E reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado.
Animado eu, com igual confiança, entre todas singular
Como a Mãe recorro, de Vós me valho”
Peço-Vos, Mãe Santíssima socorro e proteção
Contra todo o mal que há neste mundo:
Livra-nos de seqüestros, de acidentes, de traições,
Da inveja, da insegurança, de falsos amigos,
De inimigos, da injustiça dos homens, da calúnia traiçoeira,
Porque dela, por mais que limpe, sempre fica alguma coisa,
Do medo, da depressão, da imprudência, do insensato
E de muitas outras coisas frutos do mal.
Ajude-nos, Mãe Santíssima e nossa protetora,
Que sejamos dignos de vossa ajuda, da Vossa proteção,
No respeito aos nossos semelhantes,
Que tenhamos a sabedoria que é a fonte da vida,
Que o preconceito seja expulso do nosso existir,
Porque ele é fruto maligno do sofrimento.
Peço-Vos, Mãe amada de todos nós ,
Que o amor incondicional povoe a nossa vida
E que, no amor recíproco entre o céu e a terra
Possamos ter a alegria dos justos,
E, num canto de ação de graças,
Nos Vós amamos e lhe entregamos
Nossa vida e nosso coração.
Amém.

domingo, 27 de setembro de 2009

Escrito para exposição de artes de Ceres Panicucci

JUSTIÇA DE DEUS E DOS HOMENS
RUI BARBOSA

No ano de 1809, Rui Barbosa pronunciou estas palavras:
* Se alguma coisa divina existe entre os homens é a justiça de Deus. Nisto se compendiam todas as minhas crenças políticas. De todas elas, essa era o centro. Mas, para que a justiça venha a ter essa força, esse elemento de pureza, esse princípio de estabilidade, é preciso que não se misture com as paixões da rua, ou a dos governos, e seja feita a justiça isenta, a justiça impassível, a soberana justiça, a congênita em nós, entre os sentimentos sublimes à religião e à verdade.”
“A justiça coroa a ordem jurídica; a ordem jurídica assegura a responsabilidade; a responsabilidade constitui a base das instituições livres; e sem instituições livres não há paz, não há educação popular; não há honestidade administrativa; não há organização defensiva da pátria contra o estrangeiro.
A inteligência, o direito, a religião, são os três poderes legítimos do mundo. Fora daí, a espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranqüilidade, mas o terror; não é a disciplina, mas a anarquia; não é a moralidade, mas a corrupção; não é a economia, mas a bancarrota; não é a ciência, mas a incapacidade; não é a defesa nacional, mas a ruína militar, a invasão e o desmembramento. “Isto é, não poderia deixar de ser; porquanto com o domínio da espada se estabelece necessariamente o governo da irresponsabilidade, o jubileu dos estados de sítio, a extinção da ordem jurídica, a subalternização da justiça, à força.”
(3)- “Magistrados ou advogados serão. Se cada um de vós meter a mão na consciência, certo que tremerá da perspectiva. O tremer próprio é dos que defrontam com as grandes vocações, e são talhados para desempenhá-las. O tremer, mas não o descoroçoar. O tremer, mas não o renunciar. O tremer, com o ousar. O tremer, com o empreender. O tremer, com o confiar. Confiai, senhores. Ousai. Reagi. E haveis de ser bem sucedidos. Deus, Pátria e Trabalho. Metei no regaço essas três fés, esses três amores, esses três signos santos. E segui, com o coração puro. Não hajais medo a que a sorte vos ludibrie. Mais pode que os seus azares, a constância, a coragem, a virtude.”
“Por derradeiro, amigos da minha alma, por derradeiro, a última, a melhor lição da minha experiência. De quanto no mundo tenho visto, o resumo se abrange nestas cinco palavras:
Não há justiça, onde não haja Deus.”



BIBLIOGRAFIA:
(1) UM PIOLHO NA ASA DA ÁGUIA- pgs. 68-69
SALOMÃO JORGE
ESCRITOS E DISCURSOS SELETOS DE ORATÓRIA JURÍDICA/ O INST. DA ORDEM DOS ADVOGADOS – pgs 560
RUI BARBOSA/ ESCRITOS E DISCURSOS SELETOS/ ORATÓRIA ACADÊMICA/ ORAÇÃO AOS MOÇOS- pgs.693-697

Colaborando com a artista plástica Ceres Panicucci, neste texto pesquisado com responsabilidade e amor, numa união entre a arte da pintura e escultura harmonizadas com a natureza, a beleza da vida e Deus ousaram, sem tremer, mostrar-vos que neste mundo tudo está ligado num planejamento de justiça divina para a felicidade de todos nós: é só deixar o coração e o amor falar mais alto.
Lysette Bollini
São Paulo, 26 de agosto de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Silêncio é o Esconderijo

SILÊNCIO É O ESCONDERIJO
Lysette Bollini

Psiu! Ouça o silêncio.
Por mais alto e forte, não fale.
Num elogio em doce altivez,
Ele se impõe com altivez.
E o silêncio é fortaleza
Que abala a natureza.
Que, às vezes, é cativeiro
E inseparável companheiro.
Ouvir o silêncio extravaza,
O pensamento que dá asa,
A horizontes tão distantes,
Ora opacos, ora brilhantes.
E o silêncio impenetrável,
Possue uma mudez notável,
Por mais que doa, não mude.
Ouvir o silêncio é uma virtude.
E, no meu sofrimento sofrido,
Neste silêncio tão dolorido,
Que grita sentmentos meus,
O que me salva é pensar em Deus

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Cestinha de Frutas

A CESTINHA DAS FRUTAS
Lysette Bollini

Era sempre assim.
Gostava muito de ir ao pomar.
Era um pomar tão lindo!
As mexeriqueiras ficavam carregadinhas
Que até os galhos vergavam.
As pereiras tão sérias,apertadinhas entre as folhas,
Qiueriam esconder as deliciosas frutinhas.
Quando as jabuticabeiras
Estavam carregadinhas do começo do tronco
Ao final dos mais finos galhinhos,
Pareciam bolinhas de vidro,
Redondinhas, redondinhas como o mundo.
Saboreá-las, era um prazer profundo.
De tantas árvores frutíferas:
Limeiras, macieiras, marmaleiros,
Bananeiras, caquizeios,goiabeiras,
Aqueles parreirais de uva, carregadinhos,
Os jambeiros, as mangueiras, os pessegueiros,
E, muitas oiutras mais...
Mas, do que me lembro,
Era de uma mangueira velha,
Uma mangueira altíssima
Que eu lá em cima,
Dificimente poderia subir.
Então, na minha habildade
De ter uma boa pontaria,
Apanhava no chão uma pedra
E mirava... mirava para o alto,
Procurando a manga mais bonita
A manga mais rosada e apetitosa
Bem lá no alto, que eu não conseguia alcançar.
Mirava.
Apontava.
Atirava.
Atirava no galhinho em que ela estava.
Atirava e corria,
Tão rápida como o vento.
E, antes que a manga do galho caisse,
Lá em baixo, estava eu.
Eu sabia com certeza
Que no chão, ela náo iria ficar.
Porque, com as duas mãos preparadas,
Antes que ela chegasse ao chão,
Eu a conseguiria segurar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O CARRETÃO- DE- BOIS

O CARRETÃO- DE- BOIS
Lysette Bollini

Embaixo de uma árvore parado,
O carretão-de-bois abandonado,
Sem coragem, força e confiança,
Tornou-se no tempo, uma lembrança.

Aos pares, os bois puxava,
O carretão-de-bois que rodava...
E, pelas estradas caminhando...
As rodas rangiam cantando.

E o carreteiro, meu pai,
Levando as toras compridas, vai..
Vai gritando suave e amoroso,
O nome dos bois, de modo hamonioso.

Eram oito bois fortíssimos e obedientes.
- Eia , Brilhante! Eia Diamante!, puxem contentes!
Eia Trigueiro! Capitão1 Baiano!
Inda falta muito para acabar o ano.

Eia, gaucho! Ramalhete! Presente!
Firmes. O trabalho alegra a gente.
E, com tantas toras carregando...
O tempo foi passando...

E o carretão-de-bois, gasto e sofrido,
No tempo, ficou esquecido.
E hoje, com pura humildade,
Lembra uma triste saudade.

Era tão bonito! Que saudade!
Vê-lo caminhar, que felicidade!
E hoje, o carretão-de-bois calado,
Em lágrimas de poeira está selado

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Padre Roteirista

O PADRE ROTEIRISTA

Adaptação Lysette Bollini

Num certo lugar de Minas,
Padre Lourenço, o vigário,
Era muito requisitado,
Pelas ovelhas más que pediam,
Alívio pelos pecados e tropeções
E eram confissões... confissões...
As beatas do lugar, para se livrarem
Da prestação de contas do Juizo Final,
Nem bem cometiam o pecado,
Corriam para o confessionário
E punham em dia a absolvição.
Para o pároco, o trabalho estava penoso.
Estava cansado e com muita fraqueza.
Ele tomou uma sábia decisão.
No domingo, no púlpito,
Ele leu ás desobrigas,
Que viviam com os pecados quitados.
Elas leves, ele cansado,
Este roteiro de organização:
- MInhas devotadas paroquianas,
Para facilitar a confissão e o perdão,
Confesso:
As preguiçosas, aos domingos;
As maldizentes, às segundas- feiras;
As ladras, às terças-feiras;
As hipócritas, às quartas-feiras;
As bebadas , às quintas-feiras;
As feiticeiras às sextas-feiras;
As comilonas e erradas, no sábado.
Depois de tudo explicado,
Silêncio na nave umbrosa.
A partir desse dia,
Saiba o que o regulamento fez:
O Padre Lourenço durante muitos anos,
Viveu com tranquilidade e amor,
Na Santa Paz do Senhor..



Bibliografia: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDA DE MINAS GERAIS ( PG.58)
LIVRARIA LITERAT EDITORA- SÃO PAULO
Seleção e Introdução de Mary Apocalypse

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Solidão de Paz

SOLIDÃO DE PAZ
Lysette Bollini

A minha solidão de paz, é de paz.
È branca, límpida transparente.
Do meu ser, irradio raios de luar.
Do meu coração, raios auqecedores de sol..
Do meu corpo, a harmonia com o mundo.
Do meu espírito, o encontro com Deus.
Já não tenho bloqueios.
Não me nego, me aceito.
Não nego à todos: amo-os;
Já não há elos de ódio e ressentimento.
È perda de tempo.
Se, para alguns a solidão é tristeza,
Para mim, não;
Para mim, ela é harmonia.
E ela foi crescendo... crescendo, aos poucos;
Dia após dia; noite após noite,
Numa vigília constante e intensa.
Mesmo no meio de amigos,
De conhecidos e desconhecidos,
E de prováveis inimigos,
Eu sempre estive só.
Mas a minha paz é de ter vivido
Com amor, respeito e harmonia
Comigo e com o mundo.
Se alguns, pensando em fazer-me chorar;
Ferir as minhas fibras mais íntimas,
Me apunhalando e me fazendo sangrar,
Nada conseguiram.
Estou eu, alerta e cercada de uma força
Que me escuda, me protege.
È a força espiritual que vem.
E me cerca, se agiganta, remoinha.
Se me feriram, não senti;
Se me caluniaram, não ouvi;
Mas se fizeram e falaram do Bem,
Uni-me a eles todos.
Aqueles que me ofenderam,
Aqueles que me amaram,
Muito mais do que pensam, me ajudaram.
E nessa caminhada tão difícil de harmonizar,
Tudo foi filtrado como num crisol.
O que não era mais bom,
Foi separado e no tempo esfumaçado.
E de tudo o que ficou, ficou tudo.
Ficou tudo que o mundo busca sem saber,
E que está dentro de cada um.
É ter paz na solidão,
É ter uma solidão de paz.,

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Colheita do café

COLHEITA DO CAFÉ
Lysette Bollini

Nasci em Bariri ( São Paulo), terra boa e abençoada.
Terra de gente boa, trabalhadeira e honesta.
Nascer e viver em Bariri era uma festa.
Nasci numa fazenda grande e lavourada.
Tinha muitos pomares, jardins, animais,
Cafezal, boiada cavalos, mata..
Um rio bonito e limpo, com água a cantar,
Que fazia a roda do moinho, funcionar.
Como era bonita e assustadora aquela roda gigante,
Rodando as pás pela água cantante!
Uma figueira enorme e alta,
Onde a boiada, na sua sobra imensa, descansava.
Que bonita a casa grande da fazenda!
Que bonito o terreiro grande e a tulha!
Que bonita a capela1
Todos os sábados havia reza,
Para que Deus o tempo ajudasse.
Que a plantação crescesse e frutificasse.
E o cafeeiro produtivo se mostrasse.
Era bonito ver;
Os colonos e patrões juntos rezavam.
E o café, primeiro verdinho,
Aos poucos vai ficando vermelhinho.
E, com o tempo: chuva e sol,
E, de todos nós, carinho.
Ele ficava redondinho e pretinho.
E a colheita começava...
Os colonos, a terra limpando,
Por mais que o suor suasse,
Eles colhiam o café contentes.
E , rapidamente,numa malabarice incrível,
Com as peneiras grandes peneirando
Para o alto e para baixo, em movimentos,
O pó e os galhinhos iam separando.
E o café, fruto precioso da terra,
Muito tempo no cafezal não ficava.
Em carretas por mãos habilidosas guiadas,
Para o terreiro da fazenda ficava.
Lá, com que carinho era tratado!
Eram montes que até pareciam serras.,
Verdadeiras serras cafeeiras.
Á noite, cobertos pela lona dura e forte,
Protegidos do orvalho, da chuva, do vento,
No terreiro tijolado e cimentado ficava.
Mas, quando o arrebol chegava,
O sol aparecia numa festa de arromba.
Ficava vermelho irizado
E, aos poucos, o céu ficava azul anilado.
O galo cantava numa porteira.
Gritava tanto que parecia que sua garganta estourava.
E o tio Querubim, irmão do meu pai,
Apanhava o berrante grande e bonito,
Pendurado num gancho da parede,
Saia na varanda alta da casa grande
E o berrante, com sopro firme tocava.
Depois de feita a colheita, todos à Deus louvavam.
Na colonia, onde havia muitas casas para os colonos,
Escolhiam a frente de duas ou tres casas
E lá, o local era preparado.
Deixavam-no limpo e bem enfeitado.
Mais parecia um salão de festa
E lá, armava-se um belo palizado,
Com flores e frutos decorados,
No meio de tanto doce e salgado.
De anizetes e outras bebidas,
A festança era bem organizada.
O povo dançava e saboreava os quitutes sorrindo,
Numa festa de muita confraternização.
E os colonos falavam;
- Deus é bão!;
Deus ajuda quem trabaia.
Agora, bamo se alegrá.
O sanfoneiro vai começá a tocá.
Num banco colocado num lugar alto,
Sentado, o sanfoneiro só tocava:
- Nhec... nhec... nhec....
Sem parar.
E, nesse rítmo constante e invarivél
O povo feliz, falava e dançava.
Alguns cansados, até dormiam na grama.
E, a festa tão festa,
Só terminava quando o dia raiava.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Os Velhinhos

OS VELHINHOS
Lysette Bollini


De mãos trêmulas, entrelaçadas,
Emocionadas;
Olhos nos olhos tão amorosos!
Saudosos.
Perdidos no espaço, distantes,
Confiantes,
Caminham sempre calados,
Cansados.
O cabelo, o tempo não esqueceu,
Embranqueceu.
As rugas, traçadas, fundas,
Profundas.
As pernas, mal firmadas,
Alquebradas.
O sorriso de amor cresce,
Resplandece
E os velhinhos tão amados!
Descuidados,
Como duas crianças contentes,
Inocentes,
Sentem-se jovens e ternamente,
Docemente,
Vão caminhando, caminhando...
E amando.
E, na velhice inexorável,
Incontrolável,
Os velhinh
os amorosamente,
Sentem-se jovens novamente .

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Flor e o Amor

A FLOR E O AMOR
Lysette Bollini

Com um triste jeitinho,
A criança não chorou.
Distante do brinquedo,
Calada, alí ficou.

Calou, mas muito pensou:
-No pai, na mãe querida,
Nos irmãos , nos amiguinhos,
Que a tem deixado esquecida.

Por que comigo não brincam?
Por que estou separada?
Por que não me convidam ,
Para eu ficar integrada?

Por que me olham desse jeito,
Que muito me apavora?
Por que se dão o direito,
De não me entender agora?

Sei muitas coisas fazer,
De acordo com a minha idade.
Por que procuram esconder?
Serei eu a infelicidade?

Não compreendem essa gente,
Que o tempo vai me ajudar?
Que a minha delicada mente,
O corpo vai acompanhar?

Quero uma oportunidade.
Eu lhes peço em nome do amor.
Com amor, que felicidade!
Desabrocharei como uma flor.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Agradeça

AGRADEÇA A DEUS, AS GRAÇAS QUE VOCE RECEBE E NA MAIORIA DAS VEZES, NÃO SABE
Lysette Bollini

Quantas vezes, você fala para alguém:
- Parece até milagre o me aconteceu!
E narra o fato, simplesmente como se fosse natural, ocasional e outras explicações.
Com toda a certeza, você, tão esquecido de Deus, não lembrou que nada acontece sem ter um motivo, ou uma explicação sem explicação, porque, outras coisas menos ou mais importantes lhe são mais importantes e merecem mais atenção do que a verdade abençoada de que Deus, pode e lhe ajuda,sem que você saiba, em situações inexplicáveis, porque o ama e espera o seu pedido de ajuda. Voce fecha o seu coração e não Lhe dá a mínima chance de um belíssimo encontro espiritual para a realização feliz das suas necessidades; mas, mesmo que voce, por motivos de raiva, de revolta, de desânimo, de orgulho, de desesperança, não sabe e jamais poderá explicar o amor, a bondade e a misericórdia de Deus, quando acontecem verdadeiros milagres na sua vida.
Quantas vezes, incontáveis vezes, você recebe e recebeu ajuda!
No entanto, acreditando na sua sorte ou casualidade, não olhou, não pensou, não reconheceu, não teve um momento de agradecimento para o que de Bom lhe aconteceu. Pôde sem querer, sentir dentro do seu coração que precisava de ajuda e inconscientemente, aninhou-se no manto de Jesus e Ele que tudo vê, que tudo sabe, que tudo pode e que o ama incondicionalmente, o protegeu, socorreu-o e o salvou.
Lembre-se de ligar-se a Deus, porque nessa ligação espiritual, Ele atende a sua voz, a voz do seu coração e como insenso, o seu pedido eleva a sua prece, diretamente a Ele, e Deus o guarda e o livra dos laços perigosos das armações dos maldosos, dos traidores, dos falsos amigos, dos caluniadores, dos que maquinam perversidade nos seus lábios, da inveja destruidora, das humilhações, da perversidade do mal e de muitas outras coisas maléficas.
Una o seu coração ao de Deus e peça com a certeza de que será atendido:
“ Livra-me , Senhor, do homem malvado; livra-me dos homens perversos, que maquinam iniqüidades no coração e todo o dia armam combates; aguçaram as suas línguas viperinas; tem veneno de áspides debaixo de seus lábios. Guarda-me, Senhor, da mão do pecador e livra-me dos homens que intentam derrubar-me”.( Salmo 139 da Bíblia Sagrada)
Namastê: o DEUS que está em mim saúda o Deus que está com voce.
Senhor! Que és a fortaleza da minha salvação, nesta ação de graças,”Eu glorificarei a Ti, Senhor, de todo o meu coração, porque ouvistes as palavras da minha boca.” A minha confiança em Vós, Senhor, mostra que as “ trevas não são escuras para Ti e a escuridão é como a claridade,”
Bendito seja o Senhor, Deus meu. Ele é a minha misericórdia e o meu refúgio; meu defensor e meu libertador, meu protetor e é Nele que creio, agradeço, louvo, e Dele tudo espero.
Vós, Senhor, que “ sustem os que estão para cair, e levanta todos os prostados; que abres a
Tua mão e enche de bênçãos à todos os viventes”, peço nesta invocação; eu peço de todo o coração:
Creio, ó Senhor! Que tomarás a minha defesa; que a Tua misericórdia é eterna; Senhor que faz maravilhas em todos nós, nos guie ao caminho do Bem, da Verdade, da Justiça, da Paz e do Amor. Amém.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

A BOIADEIRA

A BOIADEIRA
Lysette Bollini


Quando o entardecer chegava,
Tudo quieto, sem movimento
O povo da roça, descansava.
Tirava a botina terreada,
E, muitas vezes, pela chuva, enlameada.
Numa dessas ocasiões,
Quando o gado estava preso no curral,
As vacas leiteiras, dos bezerros separadas,
Meu pai, entre o curral e o pomar,
Distante da nossa casa estava.
Estava vindo cansado e distraído.
De repente, ouvi o meu cão latindo.
Era o campeiro que me chamava.
Ouvi o relinchar da Bainha,
Uma égua de raça que eu tinha.
Corri. Abri o portão e vi:
O gado correndo em direção ao meu pai.
Alguém distraído, descuidado,
Abriu a poteira do curral.
E o meu pai ficou parado,
Vendo todo aquele gado,
Correndo como loucos,
No meio do pasto onde ele estava.
Chamei a Bainha.
Chamei e Campeiro.
Como um raio na tempestade,
Montei em pêlo no cavalo,
Sem sela de montaria.
Nem cabresto, nem rédeas tinha.
Com tanta perícia e jeito,
Do jeito que o meu pai me ensinou.
Eu, o Campeiro e a Bainha,
Cercamos o gado ligeiro
E levamos mais depressa que o vento.
Todo o gado para dentro do curral.
E o meu pai, fechando a porteira, não me agradeceu.
Mas o seu olhar tão profundo,
Mostrou um sentimento tão agradecido,
Tão divino,Que é difícil mostrar ao mundo!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ORAÇÃO PAI NOSSO

ORAÇÃO PAI NOSSO
Lysette Bollini

Pai nosso que estais no céu,
Na terra, no ar, e espaço;
Na beleza das flores, dos pássaros;
No marulhar das águas nas fontes,
Límpidas e transparentes;
Nos rios caudalosos e calmos;
Nos mares de abismos insondáveis
Nas plantas verdejantes;
Nos animais de todas as espécies;
No vento que assobia contente;
No trovão, no relâmpago na tempestade;
Nas estrelas tão brilhantes;
Na brisa fresca e repousante;
Na lua silenciosa e no luar;
No sol incandescente,
Como raios de ouro a brilhar;
Na chuva grossa e miudinha,
Para a terra molhar.
Santificado seja o Vosso Nome,
Venha a nós o Vosso reino,
Seja feita a Vossa vontade,
Assim na terra como no céu.
A Vossa vontade de paz e amor.
O amor de cada um;
O amor de todos a todo o mundo;
O amor pela humanidade,

O pão nosso de cada dia,
Que a cada dia se esvazia,
Nos daí hoje e sempre.
Perdoai as nossas dívidas,
Passadas e presentes,
Assim como perdoamos aqueles
Que nos ofenderam, nos machucaram;
Por aqueles que praticaram a injustiça;
Por aqueles que se esqueceram dos mais velhos;
Pela ingratidão e pelo desamor.

Não nos deixeis cair em tentação;
A tentação de esquecer a verdade,
A moral, o respeito, a dignidade,
A fé, a esperança e a caridade.
Mas livrai-nos do Mal.
E no Vosso regaço,
Encontremos a paz, a harmonia,
Proteção, saúde e a felicidade.
Amém.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

POBREZA E RIQUEZA

POBREZA E RIQUEZA
Lysette Bollini

Se a pobreza é imensa,
Se tudo falta, tudo escapa,
E de nada se alimenta, pensa
De maneira simples e sensata.

É pobreza ter olhos para ver?
Ter pernas para caminhar?
Ter mãos para trabalhar?
Ter mente para pensar?

É pobreza, acordado ou dormindo,
Você não lembrou com certeza,
Que o sangue nas sua veias fluindo,Movimenta a sua natureza?

Pobre e rico tem sentimentos,
Que trazem alegria e dor.
Todos e em todos os momentos,
Sabem o que é sentir amor.

Use o pensamento para pensar.
E, com" bom-senso", o que sente?
Quem pode e pôde lhe afirmar,
Que Deus não está presenre?

É riqueza acreditar no seu valor.
Na sua capacidade de "ser" e " agir".
Fazer a sua parte na vida
E Deus lhe ajuda no seu seguir.

Deus não faz diferença:- ELE é nobre.
Você não pode contestar e nâo o faça.
Deus dá ao rico e ao pobre,
O ar que respíramos de graça.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Creio em Ti Criança

CREIO EM TI, CRIANÇA
Lysette Bollini

Creio em ti, inocente criança,
Na tua expontaneidade.
Em ti, vejo a esperança,
Mesclada de amor e caridade.

Creio em ti , criança pequenita,
Que sorri e chora sem motivo.
Creio na beleza infinita,
Do teu jeito tão bonito!

Quando te olho enternecida,
Creio na esperança e bondade.
Creio nas coisas lindas da vida,
Creio que o mundo é felicidade.

Criança! Deus disse um dia:
- "Vinde a mim as criancinhas."
Este convite, com alegria,
Receba-o estendendo as mãozinhas.

Criança! Caminhando, passou o tempo.
Tu passaste pelo tempo que passou.
Nessa caminhada, creio e sustento,
Que a criança, em teu coração ficou.

sábado, 27 de junho de 2009

NÃO PERTURBE: ESTOU TIRANDO UMA SONECA

NÃO PERTURBE: ESTOU TIRANDO UMA SONECA
Lysette Bollini

Morávamos em Bariri, no interior de São Paulo, e meu marido foi transferido para São Paulo.
Fomos morar num lugar muito lindo, muitas casas para os funcionários, muitas árvores, jardins, ambulatório e médicos, um zoológico, piscina, um supermercado e até búfalos. As crianças naquele ambiente tão legal, atrás do edifício azul, levavam lanches e muito se divertiam.
Havia o Grupo Escolar, com excelentes professores. Orientei os professores com o Método de Alfabetização de Conceitos “ Ruiuçára” e com a CARTILHA BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS com técnicas e outros procedimentos pedagógicos. Naquela época, mais de três décadas, tomei conhecimento que o Banco fretou um avião e a nossa CARTILHA BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS foi levada à Conceição do Araguaia no Para para a alfabetização dos índios.
Eu e dona Dorinda, preparávamos as crianças para as festas do Dia das Mães, dos Pais, Juninas, Natal e muitas outras. A Diretoria do Banco colaborava nos gastos das roupas, dos conjuntos musicais, das distribuições de flores nos dias de apresentações especiais. Era um ambiente confraternizador, alegre e com a participação de todos.
Eu lecionava no Grupo Escolar São José, localizado num Bairro distante de onde morávamos, e levava todos os dias comigo, o meu filho Yon Junior, com apenas cinco anos de idade.
Um dia, fui acordá-lo para levá-lo à escola e não o encontrei.
Liguei para o meu marido,amigos e conhecidos, preocupados com o desaparecimento do menino e começaram a busca para encontrá-lo.
Quanta aflição e quanta oração para encontrar o meu filho!
Lembrei-me que na nossa casa, havia uma espécie de porão que servia de dormitório e que comunicava a parte de cima da casa com o térreo.
Voltei para casa, desci as escadas correndo.
Encontrei-o deitado, dormindo na cama. Sobre a cama, estava escrito em letras garrafais ( o menino, com cinco anos de idade e com a certeza de que ele ainda não estava alfabetizado), um cartaz enorme, no qual estava escrito:

“ POR FAVOR, NÂO PRETUBE .
ESTOU TILANDO UMA ÇONECA”

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Banho da Giulia

O BANHO DA GIULIA
Lysette Bollini

A vovó Lily, foi visitar a Giulia.
Estava na hora do seu banho.
A vovó colocou-a na banheira e verificou se a água estava na temperatura ideal: nem quente, nem fria.
Quando a vovó pegou o sabonete, Giulia, começou a chorar:
- Buá! buá!
Não quero tomar banho.
A vovó, para distraí-la, começou a contar histórias dos animais:
- Giulia, olhe quem está vindo aqui! É a galinha.
Como a galinha fala?
E Giulia respondeu:
- A galinha fala:
- Cocodeco! cocodeco!
- Agora olhe para o ratinho que está escondido atrás da porta.
Como ele fala?
- Quique! quique!
- De quem o ratinho está fugindo?
- Ele está fugindo do gato.
- Aonde está o gato?
- Ele está perto da banheira.
- Como o gatinho fala?
- Miau! miau!
- Giulia, olhe como o gato corre. Sabe por que?
- Não.
- Porque o gato tem medo do cachorro.
Sabe como o gato late?
- Au! au!
- Olhe a vaquinha espiando pela janela.
Como a vaquinha fala?
- Muuu! muuu!
- Olhe o cabritinho pulando na grama.
Como ele berra?
- Béeeeeee! béeeeee!
- Olha que porquinho bonitinho! Como ele fala?
- Cuim! cuim!
A vovó, tira a Giulia da banheira e enrolando-a na toalha fala:
- Você já ouviu o papagaio falar?
Como ele fala?
- Currupaco! currupaco!
A vovó muito contente, imita o papagaio:
- Currupaco! currupaco!
Viu que banho gostoso você tomou?

sábado, 20 de junho de 2009

Saudade

SAUDADE

Lysette Bollini

Naquela casa amarela,
Como era bela!
O tempo parou.
Janela aberta, ficou.
A teia de aranha
Fina e transparente,
Balançando ao vento,
Lá ficou permanente
Janela aberta silenciosa,
Escancarada, nada aconteceu.
A casa, o telhado, a pintura,
Tudo, tudo envelheceu.
Passa a primavera, o inverno,
O outono e o verão.
E, na mulher que foi criança
Que no cabelo fazia trança,
Foi a esperança.
Chora. Ficou a saudade,
No fundo do seu coração.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O QUE È O “ CONCEITO” PARA VOCÊ

- O QUE È O “ CONCEITO” PARA VOCÊ?
Lysette Bollini

A palavra “ conceito”, segundo um dicionário antiquíssimo, assim o define:
“ conceptu” palavra latina que quer dizer: ”aquilo que o espírito concebe”,
interpreta-o como “entendimento, opinião de cada um ( no meu conceito não tens razão): no que se refere a reputação, para elogio, ( é uma pessoa de bom conceito ) ; e também parte da charada em que se define a palavra completa.
Sócrates, ilustre filósofo grego, filho do escultor Sofronisco ( 470 -399 aC.) nasceu em Atenas. Não deixou nada escrito, mas valorizou a descoberta do homem, orientando-a para os valores universais. Sócrates tinha como característica da filosofia a introspecção ( conhece-te a ti mesmo) ; ( 1) “foi o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do “ Conceito”, assim
é o fundador, em particular da “ ciência moral” mediante a doutrina de que eticidade, significa racionalidade, ação racional; afora a teoria geral de que a ciência está nos “ CONCEITOS”.
Após mais de 2.000 mil anos, Sócrates tinha como uma das características da sua filosofia a da “ idéia” ou “ conceitos”, que só se expressam através da palavra.
Rui Barbosa, na imensa produção literária pedagógica que nos legou através dos seus ESCRITOS PEDAGÒGICOS, anuncia o poder da consciência da “ idéia e do ideal, no conceito de só é possível serem expressos através da palavra escrita ou falada.
A formação do conceito praticamente se faz por meio da “ abstração e da síntese”, por meio da “ generalização” que é um processo mental na formação de uma idéia, o juízo geral de toda a complexidade de um organismo.
O conceito é o pensamento que se tem de uma idéia , ou de um conjunto de idéias que se tem a respeito de um assunto, de um objeto, de coisas e que se expressa mediante o que se vê; o que se ouve; o que se fala e, no cérebro, onde se imprime a percepção deles. É maravilhoso o que acontece: -minha consciência é capaz de formar a “ imagem” de uma fruta ou de outras coisas, mesmo na ausência da mesma ( desde que ela já tenha sido vista) e compreendemos que apesar de todas as frutas serem diferentes entre si, elas possuem
determinados elementos ou características comum. A consciência, que tem a captação de relacionar uma idéia particular, a uma idéia geral, consegue abstrair, tirando essas características comum a todas as frutas, generalizando-as.
Resumindo, “ abstração” é isolar o objeto da sua existência concreta. Generalizar é atribuir determinadas características à todos os indivíduos e a todas as coisas da mesma espécie.
É preciso muito cuidado com a generalização de uma idéia ou conceito, porque ela deve ser feita de modo cauteloso e basear-se em múltiplas observações. As idéias se unem formando o
“ conceito de juízo” e se combinam em raciocínios os mais variados.
Podemos considerar o “ conceito de juízo”, como sendo o resultado da comparação entre duas ou mais idéias.
Numa sequência de idéias, comparando sempre as idéias ligadas entre si, o homem sapiens, caminha do espírito humano ao inteligível e progredindo, consegue alcançar os mais elevados cumes da ciência e da filosofia, compreendendo que a idéia é sempre abstrata e que pode ser concretamente realizável.


BIBLIOGRAFIA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA – pg 113
Humberto Padovani- da Universidade de Pádua
Luis Castagnola – da Universidade do Paraná
EDIÇÔES MELHORAMENTOS- 7 edição

quinta-feira, 4 de junho de 2009

NAMASTÊ

NAMASTÊ
Lysette Bollini
" O Deus que está em mim, está também em voce"..
" O Deus que está em mim,saúda o Deus que está em você"

O conhecimento das coisas de modo natural ou adquirido, nos leva ao saber das verdades deste mundo, e do que dele transcende, e que deveria ser a fonte da felicidade no nosso viver e na eternidade.
Pensamentos perversos, juizos desatinados e desalmados, violência, maus tratos, mentiras, calúnias, perseguições, companhias perigosas, a insensatez , a inveja, orgulho, o corruptor e o corrúpto, as ações criminosas, o mexeriqueiro, a ambição, falsos amigos, afastam de todos eles, do Deus de todos e o Deus de cada um.
Todos têm o Deus dentro de si.
Aqueles que praticam o Mal, esconderam-se de Deus , pensando que estariam a salvo para
tomarem atitudes indígnas e praticarem atos de desrespeito e insensátez, pouco se preocupando com as consequências para si e para os outros.
È oportuna e verdadeira a expressão de um salmo de David: " Abyssus abyssum invocat;" isto quer dizer que o abismo chama o abismo e significa que uma falta ou maldade,origina outra.
Muitos, nem se perguntam por que praticam atos tão mesqinhos e monstruosos!
Por quê será , que acompanham e integram-se à organizações que os levam para o não futuro; não realizações conscientes e de muítssima infelicidade e desamor?
Por quê não pensam que podem ter a beleza do viver?
A beleza do viver ,é viver com a certeza de que podemos ser felizes; é a certeza de que a nossa auto-estima é relevante, isto é , muito importante para as nossas realizações; é o direito de cada um de exercer o livre-arbítrio na escolha das nossas escolhas no caminho da nossa vida; é ser livre para pensar, falar, agir em benefício do nosso bem e da natureza do mundo em que vivemos.
Não se deixe levar por maus conselheiros; não deixes te seduzirem com promessas falsas, mentirosas e enganosas; não te suceda humilhar-se perante os sedutores com palavras enganosas,
porque como num precipício, estás em riscos de te perder; perder a tua familia e para o mundo de Deus
A religião de cada um e de todos, estã na sabedoria do seu Ser, porque voce é filho amado da sabedoria de Deus..
Lembre-se:
- Não importa do afluente da sua , ou das outras convicções religiosas, porque a própria
natureza divina leva-as, embora por diferentes caminhos, para o ponto de encontro único
e universal do grande , imensurável aceano da presença de Deus.
Quanta brigas; quantas discussões; quantas ofensas; quanto ódio, existem, porque não pararam para pensar que, cada religião, cada seita, cada pensamento, são como os afluentes dos rios que encontram dificulades, obstáculos e muitas outras coisas para conseguirem desaguar no imenso e misterioso oceano do Bem e do Amor.
Lembre-se:
- Voce tem o direito de ser feliz .
NAMASTÊ
O DEUS QUE ESTÁ EM MIM, ESTÁ EM VOCE.
O DEUS QUE ESTÁ EM MIM, SAÚDA O DEUS QUE ESTÁ COM VOCE

terça-feira, 26 de maio de 2009

O MACHUCADO DE JESUS È MAIS...


O MACHUCADO DE JESUS È MAIS...
Lysette Bollini

Quando Jesus falou:
“Pedi e vos será dado;
Buscai e achareis;
Batei a porta e abrir-se-vos-á,
No Seu amor infinito;
Na Sua infinita misericórdia,
Dando a sua vida;
Derramando o seu sangue;
Sendo coroado de espinhos;
Bebendo o cálice de fel,
Quando tinha sede;
Sendo injustiçado, traído e injuriado;
Sendo cruelmente flagelado;
Pregado numa cruz, com grossos pregos
Sofreu pelos homens,
Para que eles fossem felizes.
Mas, o homem, esquecido
Do sofrimento atroz de Jesus,
Abandonou-se e penetrou
Por caminhos espinhosos;
Por caminhos do vício;
Por caminhos abomináveis,
Do erro, da perdição,
Da mentira, da traição,
De companhias perigosas
Que praticam a violência;
Que atormentam famílias;
Que levam sofrimento, desespero,
Que exterminam sem motivo,
Pessoas inocentes;
Que levam a degradação,
A miséria, a destruição do corpo e da alma,
Porque, já não pensam; já não sentem;
Já perderam a alegria e motivação de viver;
Já nem perceberam que viver ou morrer,
É indiferente; é normal,
Para quem está extraviado
Dos caminhos do Bem e do amor,
Lembrem-se:
Jesus, mesmo sendo crucificado,
Perdoou os seus algoses.
Ainda é tempo:
Volte para Jesus que Ele
De braços abertos o acolhe
E tudo faz para você.
É só pedir e receberás;
Receberás a graça do amor,
Da ajuda de que tanto necessitas.
Não perca tempo.
Não se permita perder o tempo;
O tempo urge. Seu corpo e sua alma,
Não merecem a lancinante dor
Da escravidão, do desprezo e da humilhação.
Fuja do hétero-desprezo dos seus semelhantes.
Fuja do auto-desprezo por você mesmo,
Para a sua felicidade e realização.
Em Jesus , está a sua força,
Está o seu poder, a sua autoridade,
Para romper com os laços da sua destruição.
Sua vida vale mais que tudo na sua vida,
Porque ela é o maior patrimônio que Deus lhe deu.

Jesus veio para nos dar amor, jamais dor,
Para que tivéssemos uma vida plena
De realizações, confiança, felicidade e amor.
Você não imaginou, com certeza,
Que Jesus que nos ama,
De modo infinito e incondicional,
Com toda a Sua força,
Com toda a Sua luz;
Que nos deu o direito
Do livre arbítrio de escolha,
Para o Bem e para o Mal,
Que o que está acontecendo
Do mal que as pessoas
Fazem a si, aos outros e ao mundo,
Machucam Jesus muito mais,
Do que morrer crucificado, arrebentado,
Numa dor lancinante, sangrando numa cruz.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

RUI BARBOSA, ARQUITETO JURÍDICO DA REPÚBLICA



RUI BARBOSA, ARQUITETO JURÍDICO DA REPÚBLICA



Rui Barbosa entrou em 1879 para a Câmara dos Deputados do Império, aí ficando até 1884.
Deixou o Partido Liberal, após quatro anos e passou a fazer propaganda da República, afirmando com a mesma lógica e justiça que não admitia a República senão dentro da Constituição.
* " Afirmei sempre a indiferença das formas de governo, a equivalência de todas as constituições, monárquicas ou republicanas, onde se assegure ao povo o governo representativo e ao indivíduo o regime jurídico da liberdade."
A 15 de novembro de 1889, um golpe de esatdo chefiado por Deodoro da Fonseca, implanta o regime republicano, depondo o Imperador. Dois depois, o Imperador Dom Pedro !! e família embarcam rumo ao exílio. Foi o último capítulo da monarquia brasleira.
Depois de proclamada a República, instala-se o Governo provisório. Rui Barbosa assume a pasta da Fazenda, e, interinamente, a da Justiça.
Rui Barbosa, ainda no regime monárquico, redigiu a LEI SARAIVA em 28 de janeiro de 188O e o famoso parecer concedendo alforria aos escravos sexagenários. em 1895.
Rui Barbosa redige os primeiros decretos do novo regime, sendo eles: o que proclama república federativa; o que concede pensão a D. Pedro de Alcântara; o banimento da familia imperial; o relativo às cores da bandeira nacional; o da liberdade de cultos e muitos outros.
Em 189O, instala-se a Constituinte.
** ( pg.27) " O projeto da Constituição de 24 de fevereiro de 1981 é obra sua. Redigiu-a em dois dias, do próprio punho. Modelou-a com raro carinho, deu-lhe formas que o seu gênio lhe inspirara, caprichou na confecção dos seus contornos, lapidou-a com a beleza incomparável da sua arte de mestre da língua e da pureza de estilo. Ela saiu-lhe das mãos com a alma de um escultor que imprime a criação toda a substância da sua paixão de artista.
Para fazê-la , Rui Barbosa buscou o modelo norte-americano.
Achou que nesse modelo estava o ideal para o Brasil, de acordo com a nossa índole e a nossa formação democrática. O governo da lei. A impersonalidade da lei acima dos homens. Essa foi a linha mestra da construção de Rui Barbosa."
Rui Barbosa, Ministro da. Fazenda , foi *** " o arquiteto jurídico da república e, quando Deodoro, soldado bravo, mas estadista sem traquejo, precisava de luzes, era a Rui que recorria, era na sua cultura de homem de Estado que o proclamador do regime buscava as fórmulas legais e a orientação segura.
Foi Rui quem redigiu o decreto no 1 da República, aquele decreto que o sr. Pedro Calmon classificou de " providencial " , porque no seu artigo primeiro salvava a unidade nacional que o Império realizara. " A bandeira da federação passava nesse dia, das colunas do Diário de Notícias, pela mão de Rui, para a letra do decreto que proclamava a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil.
Rui exerceu, pois influência decisiva na tarefa da consolidação jurídica da República."
Em 23 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca, renuncia em consequência do golpe de Estado liderado por Floriano Peixoto que dissolveu o Congresso a 3 de novembro de 1891 e ele assume o poder.
Em 1892, começam os atos arbitrários de " **** Floriano , levando por diante a política da força, do arbítrio, do poder , põe de lado a Constituição e inaugura o Regime de Estado de Sítio, mandando prender e desterrar, pelos decretos de 1O e 12 de abril, entre os quais quatro senadores, sete deputados, dois marechais, quatorze oficiais, quatro jornalistas. "
Rui Barbosa combate as ações de Floriano na imprensa e nos tribunais.
Os reformados e demitidos pelo arbítrio de Floriano recorreram aos tribunais, por intermédio de Rui mas o "habeas corpus "e negado..
Em 1893, Rui é obrigado a se exilar em Buenos Aires e depois em Londres. Floriano ordena que Rui seja arrancado do vapor Madalena e com ordens expressas para matá-lo.
Em 1895, Rui volta do exílio para o Brasil e é eleito pelo Senado
Com a posse de Rodrigues Alves como presidente da República, Rui o apoia e colabora com o Barão do Rio Branco na questão de fronteiras com a Bolívia Em 19O2, Rui apresenta ao Senado o " Parecer" sobre a redação do projeto do Código Civil e lança a " Réplica" , que o consagra como o conhecedor da língua.



Bibliografia; * FERNANDO NERY- ENSAIO BIOGRÁFICO- Pgs 26 - 27 3O -31
CASA DE RUI BARBOSA- 1955

quarta-feira, 13 de maio de 2009

ABOLIÇÃO

ABOLIÇÃO


O que é a abolição?
É a liberdade de ação?
É o direito de-ir-e vir?
È ser aceito e compreendido?
É viver socialmente com alegria
Com igualdade e harmonia?

Tenho minhas dúvidas...
Muitas e sentidas dúvidas.
A escravidão acabou.
A abolição tão esperada chegou.
Chegou, mas até hoje, ainda,
A integração, a interação entre as pessoas,
Não aconteceu no tempo e no espaço;
A desigualdade permanece.

Os humanistas estão lutando,
Para que a igualdade ocorra realmente
Se alguém não concorda,
Com esta afirmação,
Tem liberdade total para explicar,
A seu modo e ao seu contento,
Durante todo o tempo,
Desde que aconteceu a abolição.

Creio que a ablição,
Para todas as raças, religião e cor,
È a liberdade, a união, o respeito, o amor.
É dar a cada um, o seu respeitável valor.

Lysette Bollini

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Assim que o sonho começou....

Tudo começou quando a autora criou a Obra Intitulada Brinquedos e Brincadeiras para sua cartilha de alfabetização de conceitos RUIUÇARA.

O Título BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS foi utilizado em várias edições até ser considerado de DOMÍNIO PÚBLICO.

Quando editada foi distribuida pelo Brasil inteiro.

Em uma reunião 1973 na Câmara Brasileira do Livro, foi entregue a representantes dos Estados Unidos da América onde foi muito elogiada.

Nesta Época a Cartilha foi levada pela Fundação Bradesco para os Índios do Araguaia serem alfabetizados.

Nota da Autora:

Fui algumas vezes, no Instituto Nacional do Livro Didático para análise da Cartilha de Alfabetização BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS.
A origem desse título, foi muito interessante e surgiu através de uma conversa com Dona Judite Pereira, presidente do Instituto Nacional do Livro Didático.
Perguntou-me ela:
- Você já escolheu o título da sua Cartilha de Auto Alfabetização Ruiuçára?
- Não, Dona Judite. Estou em dúvida: é uma cartilha de brinquedos e preciso completá-la.
Conversa vai,,. conversa vem..., de repente eu disse:
- É Brinquedos e...
Dona Judite completou: Brincadeiras.
Foi assim que a CARTILHA BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS, foi intitulada.
E ela perguntou-me:
- Por que Auto- Alfabetização " RUIUÇÀRA?

- Rui, em homenagem a Rui Barbosa.
U, porque é unversal na Metodologia Universal Global Integrada de " CONCEITOS".
ÇÀRA é um sufixo nheengatu da língua tupi-guarani e quer dizer o agente inspirador de determinado fato.
Em resumo;
Rui Barbosa é o inspirador do Método Global Integrado Universal de Conceitos RUIUÇÀRA"

O título foi registrado no Instituto Nacional de Marcas e Patentes, sendo renovado sempre no tempo adequado.

Dona Judite, telefonou-me dizendo:
- Lysete, vai haver uma comemoração especial de autores nacionais e estrangeiros na Câmara Brasileira do Livro e estou convidando-a para participar desse evento.
Eu respondi:
- Dona Judite, é muita gente importante e eu sou apena uma autora de uma Cartilha de Alfabetização. que está iniciando.
- Não aceito um: " não", respondeu ela.

No dia marcado, fui para a Avenida Ipiranga em direção à Câmara Brasileira do Livro.
Ao chegar no salão, vi tanta gente e tantos autores importantes e pensei aflita:
- Meu Deus!
Autores nacionais e estrangeiros!
Tão elegantes!
Tão formais!
Confesso que fiquei um pouco amedrontada e pensei: - Deus me ajude!
Garçons iam e vinham com as bandejas de doces, salgados e bebidas.
E a festa continuava muito formal...
A Dona Judite, aproximou-se de mim e disse:
- Vou anunciar à todos que voce vai executar uma valsa do Zequinha de Abreu., SÒ PELO AMOR VALE A VIDA.
Gelei!
Queria que o chão se abrisse sob os meus pés.
Mas, mais rapidamente do que pensei, alguns autores puxaram o banquinho do piano; sentei e fiquei numa distancia adequada do piano.
A tampa do piano foi aberta e, antes que eu iniciasse a execução da música, coloquei as mãos sobre o teclado e arranquei a primeira unha do meu dedo e a coloquei ao lado do teclado.
Todos começaram a ficar assustados e diziam:
- A Lysette está fazendo tortura chinesa!
Tranquilisei-os dizendo:
- Não se assustem; eu rôo as unhas e coloquei unhas postiças.
Não dá para tocar piano com as unhas praticamente soltas.
Imediatamente, os cavalheiros escritores, postaram-se ao meu lado e cada um, tirava uma unha postiça dos meus dedos.
Solicitei:
- Por favor, coloquem as unhas na ordem certa, para eu recolocá-las depois.
Após a execução, cada um , foi recolocando as unhas postiças nos meus dedos e a festa transformou-se em um ambiente informal, muita conversa e muita alegria.
Foi um sucesso incalculável!
Lysette Bollini

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Poema das Rosas



Óleo sobre Tela

Rosas Brancas

Ceres Paniccci







quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tata a Tartaruga Marinha








Tata amiga


Óleo sobre Tela


Egeria Ferraz





quarta-feira, 15 de abril de 2009

Você só traz Alegria





Giulia Silva

Óleo sobre tela






sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Judas no Seringal






BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDAS DA AMAZÔNIA- pg.125
Anisio Mello- LIVRARIA LITERART EDITORA- São paulo- Brasil
Aldo Guarajá ( Rio Ramos) : De Bubuia,
Livraria Gillet, Belém, Pará,1925- pgs. 111- 113
Paisagem
óleo sobre tela
Ceres Panicucci

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Retalhos da Minha Vida



Cocha Beatriz Ferraz
Patchwortk
Amiris Magdalena

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O gato que late, o cachorro que mia






Camila e Marcelo

Oléo sobre tela

Ceres Panicucci

sexta-feira, 27 de março de 2009

ÁRVORE: VIDA E MORTE

Bem me lembro!!



Na nossa fazenda São José, em Bariri, Estado de São Paulo, havia uma mata grande e muito bonita.Meus avós paternos, eram imigrantes e ensinaram aos seus filhos a importância da árvore.




A recomendação era:


- Quando derrubarem uma árvore, plantem outra no lugar.




Naquela época não se falava em ecologia, em aquecimento globa, em ecosssistema, meio ambiente, mas, no amor, o respeito e o cuidado com a mata e a árvore, era obrigatório.




Hoje, o que se vê, é a irresponsabilidade, é o desamor, é a destruição, na derrubada das matas; são os incendios provocados ntencionalmente, é um verdadeiro mortiçinio da Floresta indefesa.




Eis o que acontece:









Arvoredo

Óleo sobre tela


Acervo/Egeria Ferraz

quinta-feira, 19 de março de 2009

O Místico e o Rabisco





Abstrato
óleo sobre tela
Ceres Panicucci

terça-feira, 10 de março de 2009

"Foi assim que tudo aconteceu.."

Foi assim que tudo aconteceu..’
Lysette Bollini.

FAZENDA E COLÉGIO

Com uma vida tão livre,
Tão saudável, tão natureza,
Da Fazenda São José, em Bariri,
Por vontade própria decidi,
Pó alguns anos me despedir,
Queria ser professora,
Queria estudar,
P’ra ajudar tantos analfabetos calejados,
Que nem o lápis,
Nas mãos calosas,conseguiam segurar.
Era mais fácil segurar
O cabo da enxada, do enxadão,
Plantar no chão,palanques e mourão,
Com o calejado d oído das mãos.
E lá fui eu....
Com o enxoval completo,
Guardado no baú,
Meu número, setenta e seis,
Em nenhuma vez,
Deixei dele me orgulhar.
Do Colégio das Freiras,
Da Irmandade São José de Jaú,
Fui contente estudar.
O meu enxoval tão lindo,
Feito com amor e carinho,
No baú especial foi morar.


Sentia-me como uma noiva,
Esperando o enlace nupcial.
Era um casamento diferenciado,
Mato, cafezal,boiada, cavalos...
Livre eu, como o vento,
Casar com um lindo e majestoso casarão,
Todo edificado de cimento.
Mas foi um casamento perfeito.
Confesso: - difícil combinar.
Mas aos poucos fui tomando jeito.
E logo estava feita uma verdadeira colegial
Tocava piano, ...
Cantava no côro,...
Pintava telas a óleo....
A via-sacra, de cor eu sabia.
Os salmos todos eu lia.
A missa toda manhã assistia.
Aos poucos, fui associando,
A natureza com a Bíblia.
A Bíblia com os ensinamentos.
Os ensinamentos das verdades,
Que Deus Nosso Pai nos deixou.
E fui sendo como um diamante,
Aos poucos lapidada.
Meu Deus!! Quanta coisa aprendi !
Quanta beleza na vida eu vi!
Quanta emoção eu senti!
E hoje com o mesmo sentimento,
De amor, respeito e sonhos,
É acalentador ver e sentir,
Que o povo brasileiro
Sabem que a única solução,
É ensinar a ler e escrever,
Quem esta nas trevas da Alfabetização.
Neste mundo de sonhos e realidade
Encontrei a minha verdade.











sexta-feira, 6 de março de 2009

A Parteira das Letras.

A Parteira das Letras.
Uma declaração de amor de filho para mãe.
Yon Moreira da Silva Jr.


A Parteira das Letras

Me lembro, ao voltar da rua, ver suas mãos cheias do sangue nobre das tintas que davam vida ao papel.

Como uma sala de parto, seu escritório transbordava energia, caos sob uma luz forte onde as horas do relógio não marcavam vinte e quatro horas, era o tempo cósmico da criação.

Ela pensava nos olhos de outros percorrendo aqueles papéis com vida, com o sangue pulsando que lhes daria o oxigênio da sabedoria simples do ler e entender.

Quantas vidas a parteira no seu ofício trouxe para a vida real, para o conhecimento que propicia o livre arbítrio de cada um, após se libertarem da ignorância?

Ela sabe que a sua preocupação, o seu amor pela causa do ler e saber, é missão sublime que, como uma tatuagem definitiva está introjetada no seu ser.

O que não sabe é que o melhor da sua recompensa está na alquimia de tansformar a tinta e o papel na liberdade dos pássaros cativos.

Homenagem para a mãe que deu o prazer e a sabedoria dos livros ao seu filho.

Yon