quinta-feira, 25 de março de 2010

LENDA DO UMBU

LENDA DO UMBU
ADAPTAÇÃO
Lysette Bollini

Nas antigas eras que lá se vão,
Pelas coxilhas do Rio Grande do Sul,
Deus, muito contente estava,
Porque os diabos e homens maus,
Foram derrotados, finalmente,
Por homens bons e devotados.
E, nessa alegria sentindo,
Mais que nunca se abrindo,
O coração de Deus , se pudesse abrir,
Resolveu comemorar.
E, para isso, as árvores chamou,
Para suas vontades satisfazer.
Perguntou à coronilha, árvore simples
Que tinha muito desejado,
Ser madeira forte, resistente,
A ponto de resistir,
Os golpes duros do machado.
E, a coronilha conseguiu.
E, Deus, perguntou ao molho,
Árvore quieta, silenciosa,
Que queria assobiar.
Conseguiu ser assobiadeira.
A figueira do campo,
Queria se r forte, alta bonita.
Conseguiu.
Perguntou Deus à murta e ela falou:
Que queria ter toros compridos,
Queria se forte madeira,
Para em vigas e caibros se tornar.
E, assim, uma-a-uma,
As árvores ficaram agradecidas e satisfeitas,
Quando chegou a vez do umbu,
Típica árvore do pampa,
Que cresce rapidamente,
E atinge grandes dimensões,
De folhagem espessa, pediu:
- Quero ter o corpo fraco.
Madeira fraca e mole.
E Deus perguntou-lhe curiosamente:
- Por que não quere ser como a figueira, a coronilha,
Fortes, duras, resistentes, um espanto?
- Porque não quero de alguma maneira,
Para servir, adianto,
Algum dia, desse lenho uma cruz,
Para sacrifício de um santo.


BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORTE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL- pg. 117
Seleção e Introdução de Barbosa Lessa
LIVRARIA LITERART EDITORA- São Paulo- Brasil

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