segunda-feira, 10 de maio de 2010

MÃE ANA

MÃE ANA, MÃE DO MEU CORAÇÃO

Mãe Ana tem sua origem africana, do povo que era livre, que foi seqüestrado, preso, amarrado nos navios negreiros; separados da sua família e forçados a trabalhar como escravos, acorrentados, sem esperança, sem nenhuma liberdade e sem direitos.
Na senzala ficava o povo sofrido e preso, jogado, castigado sem motivo e do seu corpo cansado e suado do trabalho escravo e mais, das chicotadas que rasgavam a sua carne, o sangue escorria e adubava a terra. Os escravos sofreram castigos físicos e a maldade era tanta, que foram preparados instrumentos de tortura e prisão para maiores castigos e humilhações a esses inocentes roubados das sua Pátria que não pediram para serem escravizados e levados como animais para os navios negreiros.
Na nossa Pátria, eles sofreram tortura; separaram casais, filhos que dificilmente seriam encontrados e outras coisas piores, relacionadas com ataques morais, físicos e tudo isso, machucava e sangrava mais do que as chicotadas e castigos que lhes eram impostos.
Os escravos trouxeram para o Brasil, os seus usos e costumes, sua ética e moral, suas tradições, danças, suas comidas deliciosas, os festejos religiosos e muitas coisas mais...
A sua religião foi proibida; não tinha tinham o direito de praticar a religião dos seus antepassados, sempre presente na sua fé e na sua continuidade religiosa espiritual.
A fé inabalável e o acreditar em Deus, na nossa Mãe de Jesus Maria Santíssima, nos Anjos e nos Santos que eles amavam, respeitavam e nas suas orações pediam proteção, saúde e de tudo o que precisavam, lhes foi negado cruelmente, porque eram considerados animais e mereciam ser castigados.
Os escravos com a sua criatividade, a inteligência e o desejo de poderem louvar, pedir graças e socorro físico e espiritual, substituíram o nome de Deus por Oxalá; de Nossa Senhora Maria Mãe de Jesus por Mamãe Oxum e Iemanjá; de São Jorge por Pai Ogum; Santa Barbara por Iansã e assim todos receberam nomes diferentes para poderem rende-lhes suas homenagens, agradecerem-nos, amá-los e continuar da mesma maneira, fortalecidos na sua fé, porque sempre os cultivavam nos seus corações , na sua crença e firmes nos seus sentimentos religiosos e espirituais.
Com tantos sacrifícios, com tantos castigos corporais, com tantas injustiças, com tantas perseguições, houve brasileiros que também sentiram a dor e o sofrimento dos escravos e decidiram reagir contra a força da reação escravagista e Rui Barbosa, começa a luta para que seja extinta a escravidão no Brasil, auxiliado por muitos brasileiros abolicionista que começaram a luta pela abolição da escravatura.

Castro Alves, poeta, cantara os escravos, no NAVIO NEGREIRO, nas VOZES D´ AFRICA, na Cachoeira de Paulo Afonso. São dele as palavras terríveis:

“Auriverde pendão da minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança.
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança.
Tu, que da liberdade após a guerra
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha
“Que servires a um povo de mortalha.”

E termina, concitando à ação:

“Mas é infâmia demais! Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do novo mundo.
Andrada arranca este pendão dos ares!
“Colombo fecha a porta dos teus mares.”

A LUTA PELA ABOLIÇÃO COMEÇOU, MAS DEMOROU
PARA SER ASSINADA A LEI AUREA NO DIA 13 DE MAIO
DE 1888 PELA PRINCESA IZABEL.
A PARTIR DESSA DATA TÃO IMPORTANTE, FICOU EXTINTA A DESONROSA
ESCRAVIDÃO NO BRASIL.

Homenagem à minha querida
( 13 de maio de 2010)

MÃE ANA, MÃE DO MEU CORAÇÃO
Lysette Bollini

Porque trabalhas tanto, Mãe?
Porque te afliges com tua filha?
Porque minhas lágrimas, em todos os instantes,
Recolhes como se fossem diamantes límpidos
Como estrelas orvalhadas, cintilantes?

Mãe Ana, minha preta velha querida,
Companheira, amiga, tão sofrida!
Que não sorri ou chora por ti.
A tua vida é o reflexo vivido
E sentido da minha vida.

Agora, Mãe Ana, que eu cresci,
Eu que te amo e senti
Que a tua vida foi a minha vida...
Sei que hoje estás cansada, mas feliz.
Juro: nesse encanto de fé e amizade conjuntas,
Vamos com alegria, chorar e sorrir juntas.


BIBLIOGRAFIA: A VIDA DOS GRANDES BRASILEIROS
RUI BARBOSA- pg. 117 - EDITORA TRÊS

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