Lysette Bollini
07-04- 2011
A encantadora obra “ GRAMÁTICA TUPI”, monumental e recomendável do Exmo. Sr. Dr. Adaucto Fernandes , ao realizar para nossa leitura e conhecimento do nosso Brasil, das suas mais antigas origens, principalmente os Estudos do Nordeste Brasileiro com destaques ao Ceará, que lembra nomes importantes como José de Alencar, Theodoro Sampaio, Capistrano de Abreu, Clóvis Bevilaqua, Thomas Pompeu e muitos outros ilustres homens que dignificaram, elevaram e demonstraram o alto apreço do civismo patriótico e amor pelo Brasil.
Theodoro Sampaio, no dia 10-9- 1925, assim agradece a remessa do livro: “ GRAMÁTICA TUPI”, do Dr. Adaucto Fernandes -transcrevo da pg. 10 :
“ O TUPI GUARANI NA GEOGRAFIA NACIONAL “ de minha autoria , a que sua gentileza carinhosamente se refere, é um pequeno esboço da toponímia brasileira, por onde concluo que do Chuí ao Oiapoque, um só povo, falando uma só língua, muito antes da descoberta do Brasil, já habitava à nossa terra. Nele, eu me empenhei em evidenciar essa unidade étnica lingüística, ainda viva, nas raízes sônicas, revelando os nomes em que buscamos a significação que eles próprios emprestam às coisas- sejam montanhas, rios, lagos, planuras, serras, picos ou cordilheiras,- sem esquecer a “fauna e a flora”. Tudo aí tem nome e todos esses nomes são tupi.” E continua:
“ O seu estudo honra o nome do autor, cuja obra considero, sem favor, melhor como gramática, do que todas até aqui publicadas. É mais gramática, tem mais método expositivo, mais ciência e domínio total dos segredos dos idiomas. É obra de filólogo, digna de admiração e de estudo, pois que eu saiba, é a primeira que se presta para ensinar a falar e a escrever corretamente o idioma dos nossos índios.” Theodoro Sampaio
Em 8-12-1921, Rui Barbosa, assim expressa ao autor do livro GRAMÁTICA TUPI”, a sua emoção e os seu sentimentos em relação a tão esplendorosa obra: Transcrevo da página 12:
“Em todos os momentos da vida brasileira, da colônia à Independência, à Liberdade e à República, até hoje, tudo tem sido o sentimento indígena a inspiração, a substância, ou o alicerce fundamental das instituições livres, onde quer que elas permaneçam, enraízem-se e floresçam. Este sempre o sentir do homem das florestas e sertões do Brasil, já defendendo a terra, a família e a tribo da cobiça do conquistador ousado, já se erguendo indomável e bravo contra os que em nome da civilização e da cultura o dizimavam a ferro e a fogo. Aí encontro nas canseiras em que eu me mato, o princípio vital da unidade pátria , criando, no pensamento de todos o mesmo grau de amor à nacionalidade brasileira de que tanto nos orgulhamos.
O “Índio do Brasil”, como retrato antropológico desse homem selvagem que V. Excia estuda, não o desmerece, nem na história, nem na realidade dos seus ímpetos inquebrantáveis. Nele esta o retrato étnico de um povo ainda não devidamente estudado. O esforço que representa a sua obra, moça e forte, foi encontrá-lo na vida tupi, cujo representante nunca conheceram o medo, o desamor, a terra, a indiferença a liberdade. Disso, o que ai temos fomos herdá-lo nessa origem. O seu “Índio do Brasil”, não foge a esse sentimentos, nem se trai, nem se abastarda. É uma cópia fiel, igual em tudo ao original íncola. Contemple-se toda America latina; estude-se a alma do Brasil; e da pusilaminidade felônia não se encontrara nada. A verdadeira bravura esta nesta consciência rácica de que somos os mais legítimos representantes.
Rui Barbosa
Horácio de Carvalho, copiou lindos versos cantados pelos índios maué quando o baixo Amazonas ainda estava quase todo povoado por tribos da planície mediterrânea.
Transcrição do livro GRAMÁTICA TUPI -ADAUCTO FERNANDES
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