Lysette Bollini
ADAPTAÇÃO
Nas antigas eras que lá se vão,
Pelas coxilhas do Rio Grande do Sul,
Deus, muito contente estava,
Poque os diabos e homens maus,
Foram derrotados, finalmente,
Por homens bons e devotados.
E, nessa alegria sentindo,
Mais que nunca se abrindo,
O coração de Deus , se pudesse abrir,
Resolveu comemorar.
E, para isso, as árvores chamou,
Para suas vontades satisfazer.
Perguntou à coronilha, árvore simples
Que tinha muito desejado,
Ser madeira forte, resistente,
A ponto de resistir,
A ponto de resistir,
Os golpes duros do machado.
E, a coronilha conseguiu.
E, Deus, perguntou ao molho,
Árvore quieta, silenciosa,
Que queria assobiar.
Conseguiu ser assobiadeira.
A figueira do campo,
Queria se r forte, alta bonita.
Conseguiu.
Perguntou Deus à murta e ela falou:
Que queria ter toros compridos,
Queria se forte madeira,
Para em vigas e caibros se tornar.
E, assim, uma-a-uma,
As árvores ficaram agradecidas e satifeitas,
Quando chegou a vez do umbu,
Típica árvore do pampa,
Que cresce rapidamente,
E atinge grandes dimensões,
De folhagem espessa, pediu:
- Quero ter o corpo fraco.
Madeira fraca e mole.
E Deus perguntou-lhe curiosamente:
- Por que não quere ser como a figueira, a coronilha,
Fortes, duras, resistentes, um espanto?
- Porque não quero de alguma maneira,
Para servir, adianto,
Algum dia, desse lenho uma cruz,
Para sacrifício de um santo.
BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORTE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL- pg. 117
Seleção e Introdução de Barbosa Lessa
LIVRARIA LITERART EDITORA- São Paulo- Brasil
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