sexta-feira, 22 de abril de 2011

O MACHUCADO DE JESUS È MAIS...


      Lysette Bollini

Quando Jesus falou:
“Pedi e vos será dado;
Buscai e achareis;
Batei a porta e abrir-se-vos-á,
No Seu amor infinito;
Na Sua infinita misericórdia,
Dando a sua vida;
Derramando o seu sangue;
Sendo coroado de espinhos;
Bebendo o cálice de fel,
Quando tinha sede;
Sendo injustiçado, traído e injuriado;
Sendo cruelmente flagelado;
Pregado numa cruz, com grossos pregos
Sofreu pelos homens,
Para que eles fossem felizes.
Mas, o homem, esquecido
Do sofrimento atroz de Jesus,
Abandonou-se e penetrou
Por caminhos espinhosos;
Por caminhos do vício;
Por caminhos abomináveis,
Do erro, da perdição,
Da mentira, da traição,
De companhias perigosas
Que praticam a violência;
Que atormentam famílias;
Que levam sofrimento, desespero,
Que exterminam sem motivo,
Pessoas inocentes;
Que levam a degradação,
A miséria, a destruição do corpo e da alma,
Porque, já não pensam; já não sentem;
Já perderam a alegria e motivação de viver;
Já nem perceberam que viver ou morrer,
É indiferente; é normal,
Para quem está extraviado
Dos caminhos do Bem e do amor,
Lembrem-se:
Jesus, mesmo sendo crucificado,
Perdoou os seus algoses.
Ainda é tempo:
Volte para Jesus que Ele
De braços abertos o acolhe
E tudo faz para você.
É só pedir e receberás;
Receberás a graça do amor,
Da ajuda de que tanto necessitas.
Não perca tempo.
Não se permita perder o tempo;
O tempo urge. Seu corpo e sua alma,
Não merecem a lancinante dor
Da escravidão, do desprezo e da humilhação.
Fuja do hétero-desprezo dos seus semelhantes.
Fuja do auto-desprezo por você mesmo,
Para a sua felicidade e realização.
Em Jesus , está a sua força,
Está o seu poder, a sua autoridade,
Para romper com os laços da sua destruição.
Sua vida vale mais que tudo na sua vida,
Porque ela é o maior patrimônio que Deus lhe deu.

Jesus veio para nos dar amor, jamais dor,
Para que tivéssemos uma vida plena
De realizações, confiança, felicidade e amor.
Você não imaginou, com certeza,
Que Jesus que nos ama,
De modo infinito e incondicional,
Com toda a Sua força,
Com toda a Sua luz;
Que nos deu o direito
Do livre arbítrio de escolha,
Para o Bem e para o Mal,
Que o que está acontecendo
Do mal que as pessoas
Fazem a si, aos outros e ao mundo,
Machucam Jesus muito mais,
Do que morrer crucificado, arrebentado,
Numa dor lancinante, sangrando numa cruz.

terça-feira, 19 de abril de 2011

LENDA DO UMBU

Lysette Bollini
    ADAPTAÇÃO

Nas antigas eras que lá se vão,
Pelas coxilhas do Rio Grande do Sul,
Deus, muito contente estava,
Poque os diabos e homens maus,
Foram derrotados, finalmente,
Por homens bons e devotados.
E, nessa alegria sentindo,
Mais que nunca se abrindo,
O coração de Deus , se pudesse abrir,
Resolveu comemorar.
E, para isso, as árvores chamou,
Para suas vontades satisfazer.
Perguntou à coronilha, árvore simples
Que tinha muito desejado,
Ser madeira forte, resistente,
A ponto de resistir,
Os golpes duros do machado.
E, a coronilha conseguiu.
E, Deus, perguntou ao molho,
Árvore quieta, silenciosa,
Que queria assobiar.
Conseguiu ser assobiadeira.
A figueira do campo,
Queria se r forte, alta bonita.
Conseguiu.
Perguntou Deus à murta e ela falou:
Que queria ter toros compridos,
Queria se forte madeira,
Para em vigas e caibros se tornar.
E, assim, uma-a-uma,
As árvores ficaram agradecidas e satifeitas,
Quando chegou a vez do umbu,
Típica árvore do pampa,
Que cresce rapidamente,
E atinge grandes dimensões,
De folhagem espessa, pediu:
- Quero ter o corpo fraco.
Madeira fraca e mole.
E Deus perguntou-lhe curiosamente:
- Por que não quere ser como a figueira, a coronilha,
Fortes, duras, resistentes, um espanto?
- Porque não quero de alguma maneira,
Para servir, adianto,
Algum dia, desse lenho uma cruz,
Para sacrifício de um santo.


BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORTE BRASILEIRO
                             ESTÓRIAS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL- pg. 117
                             Seleção e Introdução de Barbosa Lessa
                             LIVRARIA LITERART EDITORA-    São Paulo- Brasil 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

NHEÊNGATÚ- A LÍNGUA TUPI-GUARANI DO BRASIL


Lysette Bollini
07-04- 2011

 A encantadora obra “ GRAMÁTICA TUPI”, monumental e recomendável do  Exmo. Sr. Dr. Adaucto Fernandes , ao realizar para nossa leitura e conhecimento do nosso Brasil, das suas mais antigas  origens, principalmente os Estudos do Nordeste Brasileiro com destaques ao Ceará, que lembra nomes importantes como José de Alencar, Theodoro Sampaio, Capistrano de Abreu, Clóvis Bevilaqua, Thomas Pompeu e muitos outros ilustres homens que  dignificaram, elevaram e demonstraram o alto apreço do civismo patriótico e amor  pelo Brasil.
 Theodoro Sampaio, no dia 10-9- 1925, assim agradece a  remessa do livro: “ GRAMÁTICA TUPI”,  do Dr. Adaucto Fernandes -transcrevo da  pg. 10 :

 “ O TUPI GUARANI NA GEOGRAFIA NACIONAL “ de minha autoria , a  que sua gentileza carinhosamente se refere, é um pequeno esboço da toponímia brasileira, por onde concluo que do Chuí ao Oiapoque, um só povo, falando uma só língua, muito antes da descoberta do Brasil,  já habitava à nossa terra. Nele, eu me empenhei em evidenciar essa unidade étnica  lingüística, ainda viva, nas raízes sônicas, revelando os nomes em que buscamos a  significação que eles próprios emprestam às coisas- sejam montanhas, rios, lagos, planuras, serras, picos ou cordilheiras,- sem esquecer a “fauna e a flora”. Tudo aí tem nome e todos esses nomes são tupi.” E continua:
“ O seu estudo honra o nome do autor, cuja obra considero, sem favor, melhor como gramática, do que todas até aqui publicadas. É  mais gramática, tem mais método expositivo, mais ciência e domínio total dos segredos dos idiomas. É obra  de filólogo, digna de admiração e  de estudo, pois  que eu saiba, é a primeira que se presta para  ensinar a falar e a escrever corretamente o idioma dos nossos índios.”                                                             Theodoro Sampaio


   Em 8-12-1921,  Rui Barbosa, assim expressa ao autor do livro GRAMÁTICA TUPI”, a  sua emoção e os  seu sentimentos em relação a tão esplendorosa obra:  Transcrevo da página 12:

 “Em todos os momentos da vida brasileira, da colônia à Independência, à Liberdade e à República, até hoje, tudo tem sido o sentimento indígena a inspiração, a substância, ou o alicerce fundamental das instituições livres, onde quer que elas permaneçam, enraízem-se e floresçam. Este sempre o sentir do homem das  florestas e sertões do Brasil, já  defendendo a terra, a família e a tribo da cobiça do  conquistador ousado, já se erguendo indomável e  bravo  contra  os que em nome da civilização e da cultura o dizimavam a ferro e a  fogo.  Aí  encontro nas canseiras em que eu me mato, o  princípio vital da  unidade pátria , criando,  no pensamento de todos o mesmo grau de amor à nacionalidade brasileira de que tanto nos orgulhamos.
O “Índio do Brasil”, como retrato antropológico desse homem selvagem que V. Excia estuda, não o desmerece, nem na história, nem na realidade dos seus ímpetos inquebrantáveis. Nele esta o retrato étnico de um povo ainda não devidamente estudado. O esforço que representa a sua obra, moça e forte, foi encontrá-lo na vida tupi, cujo representante nunca conheceram o medo, o desamor,  a terra, a indiferença a liberdade. Disso, o que ai temos fomos herdá-lo nessa origem. O seu “Índio do Brasil”, não foge  a esse sentimentos, nem se trai, nem se abastarda. É uma cópia fiel, igual em tudo ao original  íncola. Contemple-se toda America latina; estude-se a alma do Brasil; e da  pusilaminidade felônia não se encontrara nada. A verdadeira bravura esta nesta consciência rácica de que somos  os mais legítimos representantes.
                                                                                                                           Rui Barbosa

 Horácio de Carvalho, copiou lindos versos cantados pelos índios maué quando o baixo Amazonas ainda estava quase  todo povoado por tribos da planície mediterrânea.


Transcrição  do livro  GRAMÁTICA TUPI -ADAUCTO FERNANDES