A LENDA DO UIRAPURU
ADAPTAÇÃO
Lysette Bollini
Araã! Araã! Araã!...
E nessa interjeição de surpresa e saudade,
Uma linda índia chorosa,
Da tribo tupi-guarani,
Derramava lágrima copiosa.
Chorava a pobrezita.
Deus, condoeu-se do seu pranto
E desceu ao seu encontro no campo:
- Por que choras? O que tens?
E ela, criança-moça, suspensa a respiração,
Com os olhos úmidos, olhar envolvente,
Suplicou:
- Ururau, o cacique,
Casar comigo não quis.
Preferiu Araúna,
Que melhor soube flechar.
Sou a índia Oribici.
Quero ter a certeza,
E dentro de mim sentir,
Que Ururau, vai ser feliz.
Faze de mim, uma ave cantante.
Que eu o acompanhe todo o instante!
E Deus, atendeu o pedido.
E a menina-moça Oribici,
No uirapuru se transformou.
E um dia...
No alto de um jacarandá,
Próximo a taba do Cacique Ururau,
O pássaro Uirapuru cantou.
Foi um cantar tão divino,
De uma desconhecida melodia,
Que Ururau de tudo esquecido,
Até hoje, caminha dia-a-dia,
Pelas matas, triste e perdido
À procura desesperada e inútil
Do Uirapuru amante e sofrido.
Bibliografia Adaptação: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORE BRASILEIRO, ESTÓRIA E LENDAS DA AMAZÔNIA- Seleção e introdução de Anísio Melo- Livraria Literat Editôra- São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário