LENDA DA LUA
ADAPTAÇÂO DE LYSETTE BOLLINI
A lua era uma moça linda,
Tão branca, tão faceira!
Que parecia pintada
E recortada nas bordas da cachoeira.
E ela, com tanta beleza,
Influência tinha no mundo da natureza.
Nos galpões rústicos das estâncias,
Conta-se:
Que as marés regulava;
Que o brilho das pedras atiçava;
Que na germinação das sementes,
Era muito influenciável;
Que os índio para plantar uma roça,
Para cortar o pau e fazer um arco;
Para armar um covo na beira do rio;
Para os médicos feiticeiro Indicar uma erva curável;
Para coisas ou más predizer
Das coisas do acontecer,
No fundo do bosque iam todos interrogá-la.
E, a lua, chamada Capêi,
Naquela vida apagada,
Acaba enfadada.
E tudo muito piorou,
Quando com um certo feiticeiro brigou.
Com os homens, ficou triste , magoada,
E decidida a abandonar os irmãos seus.
Resolveu para o céu subir.
Mas não tinha como ir.
Começou a cortar o cipó
Que pendia das árvores altas.
E depois, cochando-os
De dois em dois palmos,
Fez uma escada gigantesca,
Para o céu chegar, com certeza.
Mas era preciso ajuda
Para essa arte tão difícil.
E pediu à coruja serviçal,
Que a ajudasse no seu ideal:
Que ela subisse a porta do céu,
E lá, segurasse com firmeza,
A extremidade da escada quase infinita.
E a lua por ela, subiu.
E na sua chegada ao céu,
Sua missão não encerra,
Porque indica às estrelas , suas filhas,
Seus lugares no firmamento
E alumia nas trevas da noite
Com os seus raios de luar,
Os caminhos dos irmãos
Aqui na terra.
BIBLIOGRAFIA: ANTOLOGIA ILUSTRADA DO FOLCLORE BRASILEIRO
ESTÓRIAS E LENDAS DA AMAZÔNIA-pg.
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